segunda-feira, 11 de julho de 2011

Lição 02 – Atos dos Apóstolos

Autoria: A tradição diz que Lucas escreveu o Evangelho que leva seu nome e o livro de Atos dos Apóstolos. Lucas é o único autor não-judeu do NT. Na verdade, os dois livros são as duas partes de uma obra maior, pois o comprimento máximo do rolo é de 10 ½ metros e o comprimento de Lucas em grego naquela época preenchia os 10 ½ metros , então os estudiosos acreditam que foram separadas quando os Evangelhos foram reunidos em um volume, e o Evangelho de João foi inserido entre as duas partes da obra. Além das similaridades no uso de palavras e no estilo da escrita, os dois livros são endereçados a Teófilo, talvez o rico patrono grego de Lucas ou um romano sofisticado e culto que já tinha certo conhecimento do cristianismo (Lc 1. 1-4).. O Evangelho de Lucas começa com estas palavras: “igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído”. (Lc 1.3-4). O livro de Atos dos Apóstolos segue no mesmo passo: “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas”. (At 1.1,2).

Gênero: História. É a primeira história escrita da Igreja, embora abranja um período de cerca de apenas trinta anos (30 – 62 d.C). Atos é o único livro do gênero no NT. Como as histórias do AT, é mais que um simples livro de história. Atos é a história da salvação. O propósito divino de salvar o mundo, revelando gradualmente no AT e cumprido em Jesus, teve continuidade na missão da Igreja.
O Evangelho de Lucas apresenta o relato do nascimento, vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus. O livro de Atos fornece o relato de Lucas sobre o que aconteceu a seguir na história: A ressurreição de Jesus foi recebida com choque por seus seguidores, seguida por uma onda de excitação. À medida que o autor do Evangelho de Lucas prossegue em sua história cuidadosamente pesquisada, ele captura o início do fogo de uma chama que brilhava intensamente em Jerusalém, Jesus ascendeu ao céu, e os apóstolos lideraram a igreja em seus primeiros dias e em seu crescimento inicial e então se espalhou rapidamente por todo o Império Romano.

Data: Nenhuma datação é segura são diversas as sugestões para a data de Atos. Uma data antes de 70 d.C. é a mais plausível; sendo 62 ou 63 d.C., com Paulo ainda na prisão, a mais provável. Uma data posterior a 70 d.C. não é impossível nem incompatível com as distintivas e erudição evangélicas.

Estrutura: O livro de Atos tem 28 capítulos. Os capítulos 1 – 12 compreendem, aproximadamente, a primeira metade do livro. Eles destacam principalmente Jerusalém e suas cercanias. Os capítulos 13 – 28, a segunda metade do livro, segue com o ministério de Paulo em suas três viagens missionárias através das regiões que hoje chamamos de Turquia, Grécia e Itália. È uma história maravilhosa e estimulante.

Uma Exposição Teológica e Homilética de Atos dos Apóstolos

A mensagem sobre Jesus
Talvez Atenas seja conhecida como o centro do aprendizado no mundo antigo, mas Lucas descreve a cidade como cheia de pessoas que “de nenhuma outra coisa se ocupavam senão de dizer e ouvir alguma novidade” (At 17.21).

Testemunha da Mensagem

O livro Atos dos Apóstolos é um importante testemunho para nos ajudar a discernir a essência da mensagem do cristianismo porque fornece relatos de muitas das primeiras declarações a respeito de Jesus. Você pode dizer que Atos dos Apóstolos tem 42 “testemunhos” do evangelho. Há dez sermões que defino, no mínimo, como diversas sentenças sucessivas da pregação de alguém (Pedro fez cinco sermões, Paulo fez quatro, e Estevão fez um).[1] Há trinta resumos de pregações.[2] E há dois comissionamentos dados por Jesus.[3] Parcialmente sobrepostas a esses 42 testemunhos estão as descrições do cristianismo fornecidas pelos seus oponentes. Os judeus acreditavam que os cristãos pregavam contra o Templo, a lei, seus costumes e a circuncisão.[4] Os filósofos gregos sugeriram que a mensagem cristã dizia respeito a deuses estranhos (17.28). E os artesãos de prata e manufatores de ídolos gregos viam no cristianismo não só o “perigo de que a profissão deles caíssem em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande Diana fosse estimado em nada” (19.27).
Do começo ao fim do livro, os apóstolos demonstram habilidade em apresentar o evangelho em uma incrível diversidade de formas, mas sempre apontando para o mesmo evangelho. Ao pregar para os filósofos gregos, em Atenas, Paulo argumenta a partir da base da experiência e do raciocínio deles. Ele não menciona a Escritura, ele começa com a criação e raciocina a partir daí (17.22,23, 24-29). Os apóstolos, ao falar às multidões judaicas de Jerusalém ou nas sinagogas do mundo mediterrâneo, começam pelo relato da história do Antigo Testamento (7.2-50; 13.17-22) ou pela argumentação de que as profecias da Escritura foram cumpridas no tempo deles.

Essência da Mensagem

É sobre Jesus. Isso é exatamente o que Jesus comissionou a seus discípulos, no capítulo I, e Paulo, no Capítulo 9, a fazer – ir a todo o mundo e dar testemunho de sua vida, morte e ressurreição.

A vida de Jesus. Pregavam sobre a vida de Jesus (2.22; 10. 37-39; 19.24,25).

A morte de Jesus. Esses cristãos primitivos falam sobre a morte e a ressurreição de Jesus! Muitas vezes, eles referem-se a sua morte e à relevância dela. Eles não tentavam ganhar pessoas com endossos entusiasmados da vida de Jesus: “Ele foi o maior desde Shimei”, nem: “O profeta mais profundo desde Malaquias”. Na verdade, eles são sinceros e honestos em relação ao fato de que os ensinamentos e os pronunciametos públicos de Jesus, com muita freqüência, eram rejeitados (4.11).
Essas testemunhas primitivas não só se referiam muitas vezes à morte de Cristo; mas diziam, por várias vezes, enquanto tentavam ganhar judeus para o cristianismo, o seguinte: “.... a quem vós crucificastes” (2.36; 3.13,15; 4.10; 5.30; 7.52). Esses primeiros pregadores não mediram esforços. Eles dizem que a terrível morte de Jesus cumpriu a profecia do AT de que o povo de Deus rejeitaria aquEle que Ele enviaria. Estevão apresenta esse ponto de forma contundente em seu sermão (7.35,39-43, 51,52). E embora, para muitos, o sofrimento de Jesus deve ter sido uma pedra de tropeço para crer em seu messiado, esses pregadores, na verdade, usam o sofrimento de Jesus como evidência de seu messiado (3.18; 8.32; 13.27-29; 17.2,3; 26.22,23).

A ressurreição de Jesus. Eles pregavam constantemente, que Jesus ressuscitou da morte. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. (4.33). Conforme observamos, foi isso que Jesus disse para eles fazerem. Antes de ascender, Ele disse: mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. (1.8). Os apóstolos, ao tomar providências para substituir Judas, procuraram alguém que “um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição”. (1.22).
Afinal, a ressurreição de Jesus prova, sem sombra de dúvida, de que Jesus de Nazaré é o Filho de Deus, o Messias, o Cristo, o Prometido. È digno de nota que um dos argumentos mais fortes para a ressurreição é o fato de que esses cristãos primitivos podiam supor que os não-cristãos acreditavam na ressurreição.

Relevância da Mensagem

A grande pergunta em relação à ressurreição é: o que ela representa? Ela representa de que em Jesus, Deus cumpriu suas antigas promessas, ou seja, aquEla que trouxe a salvação (4.12; 5.31; 13.23,26; 15.11) E Ele retornará como Juiz do vivo e do morto (10.42; 17.31; 24.25).
O mesmo é verdade para nós hoje. Os cristãos primitivos apresentam-nos esta mensagem: ou seus pecados são eliminados por Jesus, ou você é eliminado por seus pecados. Não há salvação em ninguém a não ser nEle.
Como esses cristãos primitivos diziam que alcançamos a bênção da salvação?
Precisamos nos arrepender, crer e ser batizados, o tempo todo invocando o nome de Cristo (2.21; 8.12; 10. 43; 22.16). Eles dizem afasta-se de seus pecados e volte-se para Deus, tenha fé nEle e no que Ele fez em Cristo e seja batizado como purificação e confissão simbólicas. É isso que os cristãos primitivos querem dizer, conforme expressa Paulo com estas palavras: “Dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (20.24).

Objetivo da Mensagem

Em atos, os apóstolos não permitem que ninguém mais seja adorado como Deus a não ser Jesus. Pedro não deixa que o foco sobre Jesus seja deslocado: “Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem”. (10. 25,26). Nem Paulo e Barnabé deixam isso acontecer:

Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava. Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões. Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria. Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios. (14. 8-18).

Mas observe como essa adoração é inconstante: Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto. (14.19). No espaço de um versículo, a multidão muda da postura de adoração para a atividade de apedrejar. Pedro, Paulo e Barnabé sabem quem não são o salvador nem a promessa de salvação – só Jesus o é.
Qual é mensagem dos cristãos primitivos? Quais são as Boas Novas deles? É a mesma mensagem que nós, evangélicos, pregamos. Conforme Paulo diz aos romanos, nós pecamos e ficamos aquém da glória de Deus (3.23). Mas Deus, em seu grande amor, em Cristo, vestiu a carne humana e morreu na cruz no nosso lugar. Ele tomou sobre si a merecida ira do Pai por causa dos nossos pecados. Depois, Deus, ao ressuscitar Jesus, derrotou a morte e o pecado. Agora, Jesus convida-nos à novidade de vida e ao perdão dos pecados por meio do arrependimento e da confiança nEle. Essa é a mensagem transmitida, há mais de 1.900 anos por esses cristãos primitivos, no livro de Atos dos Apóstolos.

Notas:
1. De Pedro: 2.22-39; 3.12-26; 4.8-12; 5.29-32; 10.36-43; de Paulo: 13.15-41; 17.22-31; 22; 26.2-23; de Estevão 7. 2-53.
2. 4.33; 5.28; 5.42; 6. 13,14; 7. 52,53; 8.12; 8.30-36; 9.20,22; 15.11; 17.8a; 17.8b; 18.5; 18.13; 18.15; 18.28; 19.26; 20.21,24,25,27; 21.19-21; 21.28; 23.29; 24.5,6; 25.19; 26.6-9,18,20,22,23; 28.23; 28.31.
3. Para os apóstolos em 1.8; para Paulo em 9.15.
4. 6.13,14; 18.13,15,28,29; 21.21; 24.6.

Lição 01 - Os Evangelhos (Biografia): Mateus, Marcos, Lucas e João.

O material literário encontrado nos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), oferece com simplicidade e profunda beleza, uma narrativa em linguagem comum as atividades, os atos e as palavras do Senhor Jesus.

A Questão Sinótica

O termo sinótico sugere (de sin, “junto com”, e ótico, “uma visão”; assim, “uma visão conjunta”), Mateus, Marcos e Lucas fornecem uma apresentação de Jesus e de seu ministério que têm muito em comum. Estas características os separam do Evangelho de acordo com João, no qual a maior parte do material é peculiar a si mesmo. Nos sinóticos, o ministério público de Jesus é precedido por João Batista, o batismo e a tentação de nosso Senhor. O ministério em si é retratado como ocorrendo principalmente na Galiléia, consistindo das atividades de Jesus de ensino e cura, geralmente em termos de grandes aglomerações de pessoas, enquanto caminhava por vários lugares na companhia de seus discípulos. O clímax acontece na viagem a Jerusalém e nos eventos da paixão e ressurreição.

Comparativos sinóticos


João Batista o precursor – Mt 3.1-12, Mt 1. 1-8, Lc 3.1-20
Jesus é batizado no Jordão – Mt 3. 13-17, Mc 1.9-11, Lc 3. 21-22
Jesus vai ao deserto para ser tentado – Mt 4. 1-11, Mc 1. 12-13, Lc 4. 1-13
O ministério na Galiléia duração 2 anos – Mt 4.12; 19.1, Mc 1.14; 10.1, Lc 4.14; 9.51
O ministério na Peréia e o fim do ministério na Judéia duração 4 meses – Mt 19.20, Mc 10, Lc 9.51; 19.28
A semana da crucificação Mt 21-27, Mc 11; 15, Lc 19.29; 24.1
Ministério pós ressurreição Mt 28, Mc 16, Lc 24

Autoria: Todos os quatro Evangelhos são anônimos, eles não levam o nome dos autores. No entanto, a tradição da igreja primitiva os atribui respectivamente a Mateus, Marcos, Lucas e João.



O Evangelho de Mateus


Mateus era judeu (publicano, coletor de impostos, odiado como traidor e ladrão), e escreveu principalmente para esse povo. Ele respondeu o tipo de pergunta que uma pessoa judia faria a Jesus de Nazaré. Por exemplo, os judeus desejariam saber se Jesus era realmente da linhagem de Davi, para ter certeza de que Ele era o legitimo rei de Israel. Desejariam saber que relação Jesus teve com a lei e os profetas. Ele confirmou a lei? Cumpriu as profecias do AT concernentes ao Messias? Para responder estas perguntas, Mateus traça a genealogia de Jesus, da qual Davi faz parte, a partir da linhagem legal de José, o pai adotivo. Mateus constantemente citava as Escrituras do AT para provar que Jesus era o Messias prometido, e se empenhou em mostrar que Cristo viera para estabelecer um reino.

O Evangelho de Marcos

A antiga tradição a Igreja atribui este evangelho a João Marcos “parente de Barnabé”, (At 15.37; Cl 4.10; 1 Pe 5.13), do qual se diz haver recebido a informação de Pedro. Foi escrito principalmente para os romanos, apresenta Cristo como o Servo de Jeová. É curto, preciso e foi escrito na língua grega vulgar do mercado de escravos. Seu foco estava nas ações de Jesus e não em suas declarações, porque ele desejava impressionar os metódicos romanos que Jesus era essencialmente homem de ação. O vocábulo logo é palavra-chave em Marcos. Coisas que são de interesse a um servo sobressaem no Evangelho de Marcos: vestes, comida, utensílios, serviço, comercio, barco, pesca e animais. É um evangelho realista.

O Evangelho de Lucas

Lucas era grego, médico de profissão, companheiro chegado do apóstolo Paulo e estudioso. Seu Evangelho, especialmente escrito para os gregos, apresenta o Senhor Jesus como o Homem perfeito e o faz com simplicidade e dignidade. Lucas nos fala que ele examinou todos os fatos cuidadosamente antes de começar a escrever. Ele traçou a genealogia do Senhor Jesus, chegando a Adão, o primeiro homem, e mostrando-nos que Jesus é “o ultimo Adão” e “o segundo homem”. Seu Evangelho prende o individuo, porque está cheio de interesses humano; lida com a paixão e o perdão; ressalta a solicitude de Jesus para com os necessitados. Lucas nos mostrou Jesus como o Salvador de pecadores. Seu versículo – chave, típico da simplicidade do estilo de Lucas é: “Porque o Filho do Homem veio para buscar e salvar o que se havia perdido” (19.10).

Uma Exposição Teológica e Homilética do Evangelho de João

A Mensagem de João: Jesus, o Filho de Deus


Muitos estudiosos propuseram que Jesus era meramente humano, talvez um ser humano extraordinário, mas meramente humano.

Introdução:
Não tem problema algum ter perguntas a respeito de quem é Jesus. Os próprios contemporâneos de Jesus fizeram esse tipo de pergunta. Por exemplo, em João 7, lemos: “Mas, quando seus irmãos já tinham subido à festa, então, subiu ele também não manifestamente, mas como em oculto. Ora, os judeus procuravam-no na festa e diziam: Onde está ele? E havia grande murmuração entre a multidão a respeito dele. Diziam alguns: Ele é bom. E outros diziam: Não; antes, engana o povo” (7.10-12). As opiniões na época de Jesus, como hoje, variavam muitíssimo.
No entanto, a fim de encontrar a resposta certa para quem é Jesus, voltamos mais uma vez à fonte original, o relato de alguém que viveu mais próximo do tempo de Jesus. Voltemo-nos para o Evangelho de João. Os cristãos acreditam tradicionalmente que ele foi escrito por João: “Aquele a quem Jesus amava” (13.23; 19.26;21.7;21.20). A primeira metade do Evangelho é sobre o ensino e o ministério de Jesus, levando à sua semana final em Jerusalém (1.19-12.10). A segunda metade do Evangelho é devotada à semana final em Jerusalém, incluindo a morte e a ressurreição dEle (12.12 – 20.31).
Todos os quatro Evangelhos destacam a identidade de Jesus, mas João, em especial, faz isso. Parece que toda vez que Jesus fala, Ele fala sobre si mesmo, a razão por que veio ao mundo, o que fará pelos que crêem nEle.

Por que João escreveu esse livro?

No fim do capítulo 20, ele conta-nos o motivo de ter feito isso, no que pode ser descrito como os versículos-tema do Evangelho de João:

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (Jo 20.30,31).

No que devemos Crer

“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (20.31). “Cristo” é a palavra grega para “Messias”, e o Evangelho de João, como os outros, apresenta Jesus como Aquele que cumpre a promessa da vinda do Messias feita no Antigo Testamento. Conforme a passagem 20.31 diz: “Jesus é o Cristo”. O cerne da mensagem do Evangelho de João é a mensagem de quem o Messias é, e de o que Ele veio fazer:

Quem É o Messias

Quando Jesus ensinou quem Ele é, as pessoas reagiram de forma vigorosa. Muitos de seus contemporâneos não só rejeitaram os ensinamentos dEle, mas rejeitaram de forma violenta. É irônico que tantos livros atuais se refiram a Jesus de forma agradável. Um chama-o de principal modelo de administrador executivo. Outro o chama de reflexo de Deus. John Méier chama-o de leigo galileu “insuportavelmente comum”. No entanto, muitos daqueles que realmente conheceram a Jesus – os que andaram com Ele e que o ouviram ensinar – não o percebem como leigo comum, um modelo de homem de negócios nem como um mero reflexo do caráter de Deus. Eles o odiavam.
João descreve o que as pessoas falavam de Jesus: Elas ofendiam-se com Ele (2.12-25; 6.61). Elas reclamavam da provisão de pão, como os israelitas reclamaram no deserto da provisão de maná feita pelo Senhor (6.41,61). Alguns discípulos de Jesus o abandonaram (6.66). Os próprios irmãos de Jesus não criam nEle (7.5). Algumas pessoas o chamavam de mentiroso (7.12,47). Ou que estava endemoninhado (7.20; 8.48,52; 10.20), ou que era louco (10.20). Eles tramaram para tirar a vida dele (11.53,57). Eles atormentavam seus discípulos (9.22; 12.42; 16.2). Eles até mesmo tentaram matar Lázaro depois que Jesus o ressuscitou! (12.10,11). No fim, claro que Jesus foi traído, preso, amarrado, abandonado, negado, interrogado, golpeado, açoitado, zombado, coroado com espinhos, expostos como o centro do que equivalia a um linchamento e crucificado, levando-o a sufocar-se até a morte. João, prevendo de forma sutil a reação que muitos teriam a Jesus, introduz seu livro escrevendo: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (1.11).
Em suma, no Evangelho de João, a fúria que advém em torno de Jesus parece ser o resultado de como Ele descreveu seu relacionamento com Deus: Ele apresentou-se, de forma ímpar, como Filho de Deus.
Desde o inicio de seu ministério público, Jesus foi rodeado por indivíduos que reconheciam sua condição singular. João Batista (não o autor do Evangelho) testemunhou a descida do Espírito Santo sobre Jesus e disse: “E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus” (1.34). Quando Natanael conheceu Jesus, ficou surpreso com o íntimo conhecimento que Jesus tinha dele e disse: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei e Israel” (1.49).
Na célebre passagem 3.16, Jesus mesmo disse a Nicodemos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que enviou o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça mais tenha a vida eterna”. Fica claro que Jesus percebia sua filiação como única, Ele é o Filho unigênito de Deus. E Ele percebia-se como especialmente enviado por Deus: “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (3.17).

Jesus disse a alguns de seus compatriotas:

Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. (5.25,26).

Afirmação essa considerada herética, blasfema e perigosa pelos judeus. “Responderam-lhe os judeus: nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus” (19.7).

Jesus não usa essa linguagem para dizer que Ele é secundário ao Pai ou criado pelo Pai. Ele usa essa linguagem de forma oposta a essa – para associar Ele mesmo a Deus em sua exata natureza, como se dissesse. “Sou da mesma essência, da mesma natureza, de Deus”. Observamos, isso, em especial, nos célebres ditos “Eu sou” do Evangelho de João: “Eu sou a videira verdadeira” (15.1,5); “Eu sou o bom Pastor” (10.7,9); Eu sou o caminho” (14.6) e assim por diante. Deus falou com Moisés na sarça ardente: “Eu Sou o Que Sou” (ex 3.14). E observe o que Jesus disse no final de uma conversa exaltada: “Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.58). As pessoas que o ouviam sabiam exatamente o que Ele estava dizendo. Você sabe pela reação delas: “Então, pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou” (8.59).
Contudo, Jesus foi criado em uma cultura que entendia muitas verdades que nossa cultura não entende, e uma dessas verdades é a grande distinção entre Deus, o Criador do universo, e nós, as criaturas desse universo. Foi no contexto dessa cultura que Jesus afirmou ser igual a Deus. Observe, no Capítulo 5, a afirmação dEle e a resposta das pessoas:

Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. (5.17,18).

Eu e o Pai somos um.
Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar.
Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais?
Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. (10. 30-33).

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. (14.6,7).

O discipulo Filipe, sem aprender o sentido, fala:

Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (14.8,9).

Pelo fato de Jesus ser Deus, João pode registrar de forma inabalável a adoração de Jesus como Deus. Um cego a quem Jesus curou, adorou-o (9.38), assim como Tomé, que antes duvidara: “Senhor meu, e Deus meu!” (20.28) E Jesus aceitou atos de adoração. É claro que João já dissera o quanto antes, no primeiro versículo de seu evangelho: “No principio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (1.1).

O Que Jesus Veio Fazer

Prover o Sacrifício para a salvação dos Pecadores. O principal motivo para Jesus vir é para salvar os pecadores. Conforme Ele diz: “eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (12.47). E Ele veio para salvar o mundo agindo como a provisão de Deus para os pecados do mundo.
Jesus veio como provisão de Deus, para a salvação dos pecadores.
Como especificamente a provisão de Deus em Cristo salva a humanidade pecadora? João Batista aponta a resposta logo no inicio do evangelho: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (1.29). Jesus é o sacrifício da Páscoa que é morto no lugar dos seres humanos pecadores. A seguir, Jesus diz no capítulo 6: “Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida Eterna, e eu ressuscitarei no último Dia” (6.53,54). Jesus não pretende dizer para seus discípulos agarrarem seu braço e começarem a mastigá-lo. Antes, ele pretende dizer que seu sangue será derramado e seu corpo quebrado quando for levantado na cruz. E os pecadores devem colocar sua confiança e sua fé em seu sacrifício vicário.

Escola Bíblica Dominical - Introdução

Escola Bíblica Dominical

Vou está inserindo aqui no Blog Restaurando as Veredas, o material que iremos utilizar neste semestre em nossa EBD.


Introdução

No Novo Testamento, de que tipo de escrita se trata? Qual é o seu gênero literário?
Os evangelhos são os primeiros quatro livros do NT, e seu gênero é biográfico. São quatro relatos complementares sobre a vida de Jesus, cada um de um autor diferente e com um propósito especifico.
O livro histórico do NT é Atos dos apóstolos, que vem após os evangelhos, é a segunda parte da história de Lucas. Esta obra conta como os primeiros seguidores de Jesus difundiram as boas novas do que ele havia feito, começando em Jerusalém e na província da Judéia e passando para o contexto mais amplo do oriente grego e do Império Romano.
Depois de Atos vêm as cartas ou Epístolas. Treze delas trazem o nome do apóstolo Paulo. As demais foram escritas por outros seguidores próximos de Jesus. A maioria foi escrita para as igrejas cristãs fundadas havia pouco tempo em diferentes lugares. Nelas, são esclarecidas dúvidas, são dadas maiores explicações a respeito do que Jesus fez, e mostra-se como a nova fé pode ser colocada em prática no dia a dia.
O ultimo livro do NT é o Apocalipse. Ele pertence a um tipo especial de literatura denominada “Profecia” e lança o seu olhar para frente, para o triunfo final de Deus sobre o mal. Neste sentido, serve de incentivo para cristãos que vivem em tempos difíceis.

O que é o Novo Testamento?

O Novo Testamento, como o Antigo, é uma coleção de livros. São 27 livros e cartas escritas num período de cerca de 50 anos, em estilos diferentes, por vários autores, no primeiro século depois de Cristo, a época do império Romano.
O AT conta a história de muitas pessoas, mas essencialmente é a história do povo de Israel. O NT destaca uma pessoa em especial, alguém que era membro daquele mesmo povo: Jesus Cristo.
A palavra “testamento” significa “aliança”. O AT trata da aliança entre Deus e o povo de Israel. Deus escolheu este povo para, através dele, abençoar o mundo todo. Em resposta ao amor e cuidado de Deus, e para cumprir seus propósitos, os membros desse povo deviam obedecer às leis de Deus e ser fiéis a ele.
Mas sempre de novo eles falharam. E assim seus profetas começaram falar sobre uma nova aliança, que as pessoas manteriam porque estaria “escrita em seus corações”. Não mais algo externo, mas uma nova vida interior.
Foi esta nova aliança que, segundo os cristãos, Jesus tornou possível através da sua vida, morte e ressurreição. Através de Jesus, Deus oferece o dom da nova vida, uma participação na vida do próprio Deus, agora e para sempre. Esta “oferta especial” não é apenas para uma nação, mas para todas as pessoas do mundo, todos aqueles que estiverem dispostos a recebê-la.
É por isso que a mensagem cristã é chamada de “boas novas” (um evangelho). O termo grego. evangelion, significa “boas novas”, tornou-se um termo técnico para a mensagem essencial da salvação.
A verdade central do Evangelho é que Deus forneceu um modo de salvação para os homens ao dar seu Filho para o mundo.

“Os evangelhos contam a história de Jesus não apenas para nos relatar fatos interessantes sobre um personagem histórico. Eles a contam para que possamos descobrir as boas novas de como Jesus pode causar em nós um impacto que transforme a nossa vida!”

Stephen Travis
quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Preço de Negligenciar a Sua Família

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Grandes Pregadores - DWIGHT LYMAN MOODY (1837-1899)


Um total de quinhentas mil almas ganhas para Cristo, é o cálculo da colheita que Deus fez por intermédio de seu humilde servo. Moody nasceu em 5 de fevereiro de 1837, o sexto filho de nove, numa pobre família do Connecticut, EUA. Sua mãe ficou viúva com os filhos ainda pequenos, o mais velho tinha 12 e ela estava grávida de gêmeos quando o marido morreu. Sua mãe foi uma crente fiel e soube instruir seus filhos no Caminho.

Aos vinte e quatro anos, logo após casar-se, em Chicago, Moody deixou um bom emprego para trabalhar todos os dias no serviço de Cristo, sem ter promessa de receber um único centavo. Tendo trabalhado com Escolas Bíblicas e evangelização em Chicago, atuou também junto aos soldados durante a Guerra Civil.

Teve uma tremenda experiência numa viagem a Inglaterra. Visitou Spurgeon no Metropolitan Tabernacle e impressionou-se. Também contactou Jorge Muller e o organato em Bristol. Nesta mesma viagem, o que mais impressionou Moody e o levou a buscar definitivamente uma experiência mais profunda com Cristo foram estas palavras proferidas por um grande ganhador de almas de Dublim, Henrique Varley: O mundo ainda não viu o que Deus fará com, para e pelo homem inteiramente a Ele entregue.

Um terrível incêndio que praticamente destruiu Chicago, em 1871, também foi um divisor de águas na vida de Moody. Nesta época ele teme uma marcante experiência com o Espírito Santo. Voltou a pregar na Inglaterra posteriormente e Deus o usou para inflamar os corações.. Na Escócia, multidões buscaram ao Senhor. Na Irlanda, maravilhas também ocorreram, com conversões de multidões ao Senhor.

Para termos idéia, esta viagem culminou com quatro meses de cultos em Londres. Moody pregava alternadamente em quatro centros. Realizaram-se 60 cultos no Agricultural Hall, aos quais um total de 720.000 pessoas assistiram; em Bow Road Hall, 60 cultos, aos quais 600.000 assistiram; em Camberwell Hall, 60 cultos, com a assistência de 480.000; Haymarket Opera House, 60 cultos, 330.000; Vitória Hall, 45 cultos, 400.000 asistentes.

Retornou aos EUA em 1875, sendo reconhecido como o mais famoso pregador do mundo, continuando a ser um humilde servo de Deus. Durante um período de 20 anos dirigiu campanhas com grandes resultados nos Estados Unidos, Canadá e México. Em diversos lugares as campanhas duraram até seis meses.

Transcrevo um depoimento de um dos assistentes a um dos cultos promovidos por Moody: Nunca jamais me esquecerei de certo sermão que Moody pregou. Foi no circo de Forepaugh durante a Exposição Mundial. Estavam presentes 17.000 pessoas, de todas as classes e de todas as qualificações. O texto do sermão foi: “ Pois o Filho do omem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Grandiosa era a unção do pregador; parecia que estva em íntimo contacto com todos os corações daquela massa de gente. Moody disse repetidamente: “ Pois o Filho do homem veio – veio hoje ao Circo Forepaugh para procurar e salvar o que se perdera”. Escrito e impresso isso parece um ermão comum, mas as suas palavras, pela santa unção que lhe sobreveio, tornaram-se palavras de espírito e de vida.

Grandes Pregadores - Charles Spurgeon (1834-1892)


Conhecido como o “príncipe dos pregadores”, aos 19 anos já era pastor na Park Street Chapel, em Londres. A princípio um luar muito amplo, para mil e duzentas pessoas, porém freqüentado por um pequeno grupo de fiéis. Em poucos meses o prédio não comportava mais a multidão e eles se mudaram para um outro auditório que comportava quatro mil e quinhentas pessoas! A Igreja então resolveu alugr o Surrey Music Hall, o prédio mais amplo, imponente e magnífico de Londres, construído para diversões públicas. O culto inaugural deu-se em 19 de outubro de 1856. Quando o culto começou, o prédio no qual cabiam 12.000 pessoas estava superlotado e havia mais 10.000 fora que não puderam entrar!

Uma terrível catástrofe ocorreu neste dia. Ao início do culto, pessoas diabólicas se levantaram gritando “ Fogo! Fogo!”, provocando um grande alvoroço e um saldo de sete pessoas mortas e vinte e oito gravemente feridos. Isto não impediu que o interesse pelos cultos até aumentasse. Em março de 1861 sua Igreja concluiu a construção do Metropolitan Tabernacle, local que comportava uma média de 5.000 pessoas a cada culto dominical, isto perdurando pelos próximos 31 anos. Pregou em cidades de toda a Inglaterra e noutros países: Escócia, Irlanda, Gales, Holanda e França. Pregava ao ar livre e nos maiores edifícios, em média oito a doze vezes por semana!

Spurgeon publicou inúmeros livros. Milhares de sermões seus foram publicados e traduzidos para diversas línguas. Além de pregar constantemente a grandes auditórios e de escrever tantos livros, esforçou-se em vários outros ramos de atividades. Inspirado pelo exemplo de Jorge Muller, fundou e dirigiu o orfanato de Stockwell. Reconhecendo a necessidade de instruir os jovens chamados por Deus a proclamar o Evangelho, fundou e dirigiu o Colégio dos Pastores. A oração fervorosa era um hábito em sua vida. Contava com trezentos intercessores que, todas as vezes que pregava, mantinham-se em súplica.

Grandes Pregadores - Charles Finney (1792-1875)


Nasceu de uma família descrente e se criou num lugar onde os membros da igreja conheciam apenas a formalidade fria dos cultos. Tornou-se um advogado que, ao encontrar nos seus livros de jurisprudência muitas citações da Bíblia, comprou ume exemplar com a intenção de conhecer as Escrituras. Eis um trecho de sua biografia: Ao ler a Bíblia, ao assistir às reuniões de oração, e ouvir os sermões do senhor Galé, percebi que não me achava pronto a entrar nos céus... Fiquei impressionado especialmente com o fato de as orações dos crentes, semana após semana, não serem respondidas. Li na Bíblia “pedi e dar-se-vos-á”. Li, também, que Deus é mais pronto a dar o Espírito Santo aos que lho pedirem, do que os pais terrestres a darem boas coisas aos filhos. Ouvia os crentes pedirem um derramamento do Espírito Santo e confessarem, depois, que não o receberam. Exortavam uns aos outros a se despertarem para pedir, em oração, um derramamento do Espírito de Deus e afirmavam que assim haveria um avivamento com a conversão de pecadores... Foi num domingo de 1821 que assentei no coração resolver o problema sobre a salvação da minha alma e ter paz com Deus. (...) Fui vencido pela convicção do grande pecado de eu envergonhar-me se alguém me encontrasse de joelhos perante Deus, e bradei em alta voz que não abandonaria o lugar, nem que todos os homens da terra e todos os demônios do inferno me cercassem. O pecado parecia-me horrendo, infinito. Fiquei quebrantado até o pó perante o Senhor. Nessa altura, a seguinte passagem me iluminou: “ Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração”.

A conversão de Finney e o seu imediato batismo no Espírito Santo, contados em sua biografia, são impressionantes. O amor a Deus, a fome de sua Palavra, a unção para testemunhar e anunciar do Evangelho vieram sobre ele no dia de sua entrega a Jesus. Imediatamente, o advogado perdeu todo o gosto pela sua profissão e tornou-se um dos mais famosos pregadores do Evangelho.

Eis o segredo dos grandes pregadores, nas palavras do próprio Finney: Os meios empregados eram simplesmente pregação, cultos de oração, muita oração em secreto, intensivo evangelismo pessoal e cultos para a instrução dos interessados. Eu tinha o costume de passar muito tempo orando; acho que, às vezes, orava realmente sem cessar. Achei, também, grande proveito em observar freqüentemente dias inteiros de jejum em secreto. Em tais dias, para ficar inteiramente sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou me fechava dentro do templo.

Conta-se acerca deste pregador que depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que somente durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pelo ministério de Finney. Na Inglaterra, durante nove meses de evangelização, multidões também se prostraram diante do Senhor enquanto Finney pregava.

Descobriu-se que mais de 85 pessoas de cada 100 que se convertiam sob a pregação de Finney permaneciam fiéis a Deus; enquanto 75 pessoas de cada cem, das que professaram conversão nos cultos de algum dos maiores pregadores, se desviavam. Parece que Finney tinha o poder de impressionar a consciência dos homens sobre a necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia fruto mais permanente

Grandes Pregadores - John Wesley (1703-1791)


Foi um instrumento poderoso nas mãos de Deus para um grande avivamento no século XVIII. Nascido em Epworth, Inglaterra, numa família de dezenove irmãos! Em 1735 foi para a Geórgia como missionário aos índios norte-americanos, não chegando a ministrar aos índios, mas sim aos colonos na Geórgia. Durante uma tempestade na travessia do Oceano Atlântico, Wesley ficou profundamente impressionado com um grupo de morávios a bordo do navio. A fé que tinham diante do risco da morte (o medo de morrer acompanhava Wesley constantemente durante a sua juventude) predispôs Wesley à fé evangélica dos morávios. Retornou à Inglaterra em 1738.

Numa reunião de um grupo morávio na rua Aldersgate, em 24 de maio de 1738, ao escutar uma leitura tirada do prefácio de Lutero ao seu comentário de Romanos, Wesley sentiu seu coração aquecido de modo estranho. Embora os estudiosos discordem entre si quanto à natureza exata dessa experiência, nada dentro de Wesley ficou sem ser tocado pela fé que acabara de receber.

Depois de uma viagem rápida para a Alemanha para visitar a povoação moravia de Herrnhut, voltou para a Inglaterra e, juntamente com George Whitefield, começou a pregar a salvação pela fé. Essa “nova doutrina” era considerada redundante pelos sacramentalistas da Igreja Oficial que achavam que as pessoas já eram suficientemente salvas em virtude de seu batismo na infância.

Em 1739, John Wesley foi a Bristol, onde surgiu um reavivamento entre os mineiros de carvão em Kingswood. O reavivamento continuou sob a liderança direta dele durante mais de cinqüenta anos. Viajou cerca de 400.000 km, por todas as partes da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda, pregando cerca de 40.000 sermões. Sua influência se estendeu à América do Norte. O metodismo veio a tornar-se uma denominação após a morte de Wesley.

Grandes Pregadores - Jonathan Edwards (1703-1758)


Grande pregador dos EUA, ingressou no ministério em 1726. Seu primeiro pastorado foi em Northampton, Massachusetts, onde serviu até 1750. Foi contemporâneo e atuante num grande despertamento espiritual e tido por alguns como o maior teólogo da América do Norte. Era pregador excelente, com célebres sermões publicados: Deus Glorificado na Dependência do Homem (1731), Uma Luz Divina e Sobrenatural (1733) e o mais famoso, Pecadores nas Mãos de um Deus Irado (1741).

Sobre o sermão mais famoso, baseou-se em Deuteronômio 32:35. Depois de explicar a passagem, acrescentou que nada evitava que os pecadores caíssem no inferno, a não ser a própria vontade de Deus. Afirmou que Deus estava mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que já estavam no inferno. Disse que o pecado era como um fogo encerrado dentro do pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de fogo e enxofre, e que somente a vontade de Deus indignado os guardava da morte instantânea.

Continuou, então, aplicando ao texto ao auditório: Aí está o inferno com a boca aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar... há, atualmente, nuvens negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus, que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, seríeis destruídos e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o abismo do inferno, mais ou menos como o homem segura uma aranha ou outro inseto nojento sobre o fogo, durante um momento, para deixa-lo cair depois, está sendo provocado ao extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com saúde e calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de amanhã...

O sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres; quase todos ficaram de pé ou caídos no chão. Durante a noite inteira a cidade de Enfield ficou como uma fortaleza sitiada. Teve início um dos maiores avivamentos dos tempos modernos na Nova Inglaterra.

Grandes Pregadores - Martinho Lutero (1483-1546)


Era um destacado monge agostiniano, doutor em teologia e pregador na cidade de Wittemberg, quando ocorreu uma grande transformação em sua vida. Ele mesmo contou: Desejando ardentemente compreender as palavras de Paulo, comecei o estudo da Epístola aos Romanos. Porém, logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no Evangelho (vs 16 e 17). Eu detestava as palavras “a justiça de Deus”, porque conforme fui ensinado, eu a considerava como um atributo do Deus santo que o leva a castigar os pecadores. Apesar de viver irrepreensivelmente, como monge, a consciência perturbada me mostrava que era pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os pecadores... Senti-me ferido de consciência, revoltado intimamente, contudo voltava sempre ao mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, depois de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus, na sua graça, me mostrou a palavra “o justo viverá da fé”. Vi então que a justiça de Deus, nessa passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva. Então me achei recém nascido e no Paraíso. Todas as Escrituras tinham para mim outro aspecto; perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a justiça de Deus. Antes, estas palavras eram-me detestáveis; agora as recebo com o mais intenso amor. A passagem me servia como a porta do Paraíso.

Em outubro de 1517, Lutero afixou à porta da Igreja do Castelo de Wittemberg as 95 teses, o teor das quais é que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e não a penitência. Lutero afixou as teses para um debate público, na porta da igreja, como era costume nesse tempo. Estas teses, escritas em latim, foram logo traduzidas para o alemão, holandês e espanhol. Logo, estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces de Roma. Foi desse ato de afixar as 95 teses que nasceu a Reforma.

Um ano depois de afixar as teses, Lutero era o homem mais popular em toda a Alemanha. Quando a bula de excomunhão, enviada pelo Papa, chegou a Wittemberg, Lutero respondeu com um tratado dirigido ao Papa Leão X, exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa foi queimada fora do muro da cidade de Wittemberg, perante grande ajuntamento do povo.

Lutera era um erudito em hebraico e grego, o que facilitou sua grande obra, a tradução da Bíblia para o alemão. Ele mesmo escreveu para o seu povo: Jamais em todo o mundo se escreveu um livro mais fácil de compreender do que a Bíblia. Comparada aos outros livros, é como o sol em contraste com todas as demais luzes. Não vos deixeis levar a abandona-la sob qualquer pretexto. Se vos afastardes dela por um momento, tudo estará perdido; podem levar-vos para onde quer que desejam. Se permanecerdes com as Escrituras, sereis vitoriosos.

Depois de abandonar o hábito de monge, Lutero resolveu deixar por completo a vida monástica, casando-se com Catarina von Bora, freira que também saíra do claustro, e geraram seis filhos.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Avivamento nas Ilhas Fiji













terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Canção do Evangelho

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Inspiração da Bíblia – Introdução

A Bíblia contém 3.566.480 letras, 773.693 palavras, 31.173 versículos, 1.189 capítulos e 66 livros. É, portanto, uma “biblioteca divina”, e exige não só orientação espiritual, mas também a aplicação de métodos de estudo reverentes e diligentes a fim de compreender seus assuntos diversificados e sua mensagem unificada.
Sabemos da importância de ter pessoas que conheçam e preguem a Palavra de Deus, porém, mais urgente é a necessidade de homens e mulheres que vivam a Bíblia. A minha oração é que vocês e eu, venhamos aprender, amar e viver as Escrituras Sagradas.

O que Algumas Pessoas acham da Bíblia


A Bíblia é objeto de numerosas e variadas opiniões.
Muitas pessoas não gostam dela. Voltaire, o grande filósofo francês, previu que a Bíblia desvaneceria em cem anos. Ele disse isso há quase 300 anos, no século XVIII. Um historiador escreveu: “Por volta do século XIX, os ocidentais já tinham mais certeza da existência do átomo do que qualquer das coisas de que a Bíblia fala a respeito”. Por volta do século XX, grandes seções das partes do mundo antes “cristãs” caíram em um ceticismo oficial oficial em relação à Bíblia. O governo soviético publicou há cerca de 50 anos a obra (Um dicionário de Palavras Estrangeiras) que define a Bíblia como “uma coletânea de lendas distintas e contraditórias, escritas em diferentes épocas e cheias de erros históricos que as igrejas publicam como livro santo”.
Por outro lado, muitas pessoas tinham opiniões excelentes a respeito da Bíblia. Ambrósio, o bispo de Milão do século IV, descreve belamente a Bíblia com estas palavras: “Como em um paraíso, Deus caminha pelas Sagradas Escrituras à procura do Homem”. Emanuel Kant que foi considerado o último grande filósofo da era moderna afirmou: “Já senti mais conforto com uma simples linha da Bíblia do que com todos os outros livros que já li”. Daniel Webster, foi Major no Exército onde atuou na guerra civil americana, também foi compositor, ele afirmou: “Tenho pena do homem que não encontra na Bíblia um rico suprimento de pensamentos e de regras de conduta”. Abraham Lincoln, foi o 16.º Presidente dos Estados Unidos da América. Preservou a União durante a Guerra Civil tendo conseguido a emancipação dos escravos. Declarou: “O melhor presente que Deus deu para o homem”, também afirmou: “Pois sem ela não conheceríamos o certo e o errado”. Theodore Roosevelt, outro presidente do EUA, declarou: “O conhecimento integral da Bíblia vale mais que a Instrução universitária”. A. T. Robertson, grande estudioso de grego, que atestou: “Dê a um homem uma Bíblia aberta, uma mente aberta, uma consciência ordenada, e ele certamente se tornará um grande cristão”.
Algumas pessoas acreditam que têm muita fé na Bíblia, contudo a sinceridade delas não é garantia de que a compreendam. O Rei Menelique II, imperador da Etiópia tinha muita fé na Bíblia. Ele arrancava e comia algumas páginas do livro santo sempre que ficava doente. Era uma prática constante. Em dezembro de 1913, ele se recobrava de um acidente quando começou sentir-se particularmente doente. Pediu a um assistente que arrancasse as páginas de 1 e 2 Reis e o alimentasse com elas, página a página.
Ele morreu antes de acabar de comer os dois livros.
Com certeza, a Bíblia é popular, quer você goste dela, quer não. Ela é uma campeã de vendas de todos os tempos.
Embora, provavelmente, o livro seja mais vendido que lido.
A Bíblia trata de todo tipo de tema: história, códigos de lei, máximas éticas, tratados filosóficos, discursos, dramas, cânticos, hinos, biografias, cartas, parábolas, e o estudo da Bíblia, é uma viagem de descobertas, quase sempre em regiões desconhecidas. E um dos melhores meios de conhecer esses lugares é visitá-los pelo o estudo.

A Natureza da Inspiração Bíblica

A Bíblia alega ser um livro de Deus e ter uma mensagem com autoridade divina. Na verdade, os autores bíblicos dizem ter sido impelidos pelo Espírito Santo a expressar as Suas palavras – que sua mensagem chegou até eles por revelação, de forma que as suas palavras foram inspiradas pelo próprio Deus.

Dois Textos Básicos sobre Revelação e Inspiração

Um resumo a respeito do que a Bíblia alega sobre si mesma pode ser encontrado em duas passagens principais. Pedro disse que os autores foram impelidos pelo Espírito Santo, e Paulo declarou que seus escritos foram soprados pelo próprio Deus. Portanto, a Bíblia alega que autores movidos pelo Espírito Santo expressam as palavras inspiradas por Deus.
(2 Pedro 1.20,21 declara:)

Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.

Em suma, os escritos proféticos (do AT) não tiveram sua origem nos homens, mas em Deus, que agiu por meio de alguns homens chamados de profetas de Deus.
2 Timóteo 3.16, outra passagem clássica do Novo Testamento, declara:

Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;

Mesmo que Pedro fale da mensagem originando-se de Deus, é Paulo quem declara que ela se torna a Palavra escrita de Deus. Deus é a sua Causa última, e as Sagradas Escrituras são o resultado portador de autoridade.
Há numerosas passagens na Bíblia que apóiam a alegação de que a mensagem da Bíblia veio da parte de Deus, por intermédio de homens de Deus, e foi reunida na Palavra de Deus. Particularmente iremos analisar em que se fundamenta a inspiração do Novo Testamento.

Descrições da Inspiração do Novo Testamento

Os autores do Novo Testamento também consideravam os seus escritores como Escritura inspirada por Deus. Pedro, referindo-se às epístolas de Paulo, declarou que elas também eram Escrituras (cf. 2 Tm 3.16), da mesma forma que o Antigo Testamento também o era. Ele escreveu:


E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. (2 Pedro 3.15,16).
Paulo cita o Evangelho de Mateus como sendo Escritura, juntamente com o livro de Deuteronômio do AT, afirmando: “Porque diz a Escritura [em Dt 25.4]: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E [em Mt 10.10]: Digno é o obreiro do seu salário” (1 Tm 5.18).
Paulo declarou, em 1 Coríntios, que suas “palavras” são as que o “Espírito Santo ensina” (2.13). pois, “Deus no-las revelou pelo seu Espírito” (v.10). O apóstolo conclui a sua exortação, dizendo: “Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1. Co 14.37). Ele também inicia a Epístola aos Gálatas lembrando-os de que a sua pregação vem da parte de Deus: “Porque não recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.12).
O apóstolo João faz a abertura do livro do Apocalipse com as palavras solenes: “Revelação de Jesus Cristo, a qual lhe deu” (Ap.1.1), e conclui o livro com a declaração de que ele é um profeta (no mesmo nível que os profetas do AT): “E disse-me o anjo: Olha, não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro” (Ap 22. 9).

O Que a Inspiração Garante

A inspiração dá garantia de toda a verdade que a Bíblia ensina, implica, ou sugere (espiritual e factualemente). Paulo declarou que “toda” a Escritura, e não algumas partes dela, é “divinamente inspirada” (2 Tm 3.16), e Pedro declarou que “nenhuma profecia da Escritura” veio da parte de homens, mas todas têm a sua origem em Deus (2 Pe 1.20,21).
Jesus disse aos Seus discípulos que o “Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26). Ele acrescentou: “Mas quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade” (Jo 16.13). Como questão de fato, a igreja está edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20). E a igreja primitiva perseverava “na doutrina dos apóstolos” (At 2.2), a qual foi registrada na páginas do Novo Testamento e era considerada “Escritura” junto com o Antigo Testamento (cf. 2 Pe 3.15,16; 1 Tm 5.18).

O que a Inspiração não Garante

Ela não garante que todas as partes de uma parábola transmitam uma verdade (sem tirar o mérito da verdade que está sendo explicada através daquela ilustração – Lc 18.2).
Nem que não existam hipérboles (uma figura de linguagem que faz uso do exagero deliberado no texto (Cl 1.23).
Nem que todas as afirmações são literais
Nem que todas as afirmações acerca do universo tenha sido feitas a partir de uma perspectiva astronômica moderna
Nem que todas as citações das Escrituras devam ter mesma aplicação que a do contexto original (cf. Os 11.1; Mt 2.15).

A Bíblia Tem origem Divina

A fonte última de uma Bíblia divinamente inspirada é o próprio Deus, pois as Escrituras são “sopradas” ou inspiradas por Ele (2. Tm 3.16): “Toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). As Sagradas Escrituras não surgiram do impulso humano: “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20,21).

A Bíblia Chegou até nós por meio de Homens

À exceção de umas poucas ocasiões, como, por exemplo, a entrega dos Dez Mandamentos – que foram “escritos com o dedo de Deus” (Dt 9.10) - a Bíblia não veio até nós diretamente de Deus, mas de forma indireta, passando pela instrumentalidade dos Deus profetas. Hebreus 1.1 declara: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras [...]” O espírito Santo “inspirou homens santos de Deus” (2 Pe 1.21). Davi disse muito bem: “O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca” (2 Sm 23.2), (Dt 18.18; Is 59.21; Zc 7.12; At 4,24,25; Hb 4.7).
Deus não desrespeita nem a personalidade nem a cultura dos autores bíblicos quando, na sua providência, os guiava como veículos da sua revelação escrita para a humanidade.
Os autores humanos não eram simplesmente secretários que anotavam algo que estava sendo ditado a eles; a sua liberdade não foi suspensa nem negada. Eles não foram autômatos. As suas palavras correspondiam ao seu desejo, no estilo em que estavam acostumados a escrever. Na sua providência, Deus promoveu uma concordância divina entre as palavras deles e as Suas.

Definição sugerida de Inspiração

A inspiração é a operação sobrenatural do Espírito Santo, que, por intermédio de diferentes personalidades e estilos literários dos autores humanos escolhidos, investiu as palavras exatas dos livros originais das Sagradas Escrituras, em separado ou no seu conjunto, como a própria Palavra de Deus.

A Providência de Deus

Como o Deus da Bíblia é onisciente (Sl 139.1-6; 147.5), todo-amoroso (Mt 5.48; 1 Jo 4.16), e onipotente (Gn 1.1; Mt 19.26), conclui-se que Ele não inspiraria livros que serviriam para a fé e prática da igreja ao longo dos séculos, sem que tivesse condição de preserva-los. A perda de livros inspirados seria um lapso da providência de Deus. O Deus que cuida dos pardais certamente não descuidaria de sua Palavra, e o Deus que preservou a sua revelação na natureza (Rm 1. 19,20), certamente não falharia em preservar a sua revelação especial nas Sagradas Escrituras (Rm 3.2). Em suma, se Deus inspirou a sua Palavra (2 Tm 3.16), Ele também a preservará.

O Número de Manuscritos do Novo Testamento

Da mesma forma que ocorre com o AT, o número de manuscritos é supreendente quando comparado com uma obra típica da antiguidade, a qual normalmente apresentará de sete a dez cópias manuscritas disponíveis. Em contraste, o Novo Testamento apresenta quase 5.700 manuscritos gregos disponíveis nos nossos dias – isto faz dele o livro mais bem atestado da antiguidade.

O Milagre, por André Chouraqui

Para finalizar que apresentar uma ilustração de André Chouraqui, “André Chouraqui”, um judeu nascido na Argélia em 1917, escritor premiado, reconhecido linguísta e tradutor de vários livros(incluindo a Bíblia e o Corão), falecido em Jerusalém no último dia 08 de Julho, escreveu o seguinte no prefácio da sua tradução a Bíblia:
Se um autor vindo de uma província perdida no meio de um continente desconhecido, chegasse a um editor com um manuscrito escrito em uma língua misteriosa, e anunciasse que sua obra seria traduzida em milhares de idiomas e dialetos; seria lida por dois milênios por centenas de milhões de pessoas de todos os continentes em todas as nações da terra; inspiraria a fundação de três religiões universais (judaísmo, cristianismo e o islamismo) além de milhares de confissões e seitas; dissesse que sua obra provocaria revoluções e guerras, e ao mesmo tempo suscitaria com a mesma intensidade entregas místicas e heroísmos nunca vistos; que sua obra dois ou três milênios após ter sido escrita continuaria a ser vendida em todo o mercado editorial do mundo com edições de milhões de exemplares por ano, e que enfim, uma enorme parte da humanidade veria nela um último recurso e sua única esperança de salvação… Dissesse ainda que sua obra fora escrita por Deus através de 40 autores diferentes, que não necessariamente foram contemporâneos entre sí, pois escreveram o texto num período aproximado de tempo de 1500 anos, e que a sua obra é a compilação de 66 livros…
É preciso dizer como ele seria recebido?. (…)
É, no entanto, esta impossível aposta que a Bíblia realiza no campo do pensamento e de sua transmissão que, de fato, superou todos os limites de espaço e venceu todo o tempo. Este livro de Israel escrito em hebraico, aramaico e em grego – Novo Testamento, não surpreende apenas pela universidade e pela longevidade de sua carreira: o que faz mais ainda, (…) ao falar ao homem de todas as idades, em todas as línguas, em todos os seus níveis de consciência e de cultura.
Se um milagre é o que torna real o impossível, estamos diante de um milagre no campo da comunicação universal. (A Bíblia).




Bibliografia:

NORMAN Geisler. Teologia Sistemática. 1ª Edição. Rio de Janeiro. CPAD. 2010.

PHILLIPS, John, Explorando as Escrituras. Rio de Janeiro. 2ª Ed. CPAD, 2005.

DEVER, Mark, A Mensagem do Antigo Testamento. Rio de Janeiro. 1ªEd. CPAD, 2008
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Projeto 2011: O Novo Testamento em Minha Comunidade.


Projeto 2011: O Novo Testamento em Minha Comunidade

DADOS DO PESQUISADOR:


Diogo Lopes, acadêmico do 3º semestre do Curso de Teologia da Universidade da Grande Dourados (UNIGRAN).

1. Ementa

Este ano iremos cultuar a Deus e estudar as diferentes aproximações dos textos bíblicos, particularmente o Novo Testamento, com o propósito de compreender e explicar o que os autores visavam com sua mensagem quando estavam escrevendo-as. Assim poderemos trazer implicações claras, objetivas e práticas para os dias em que vivemos. Fazendo algumas viagens históricas no contexto sócio-cultural da Bíblia. Sempre com a intenção de uma melhor interpretação dos ensinamentos da Bíblia, para a nossa vivência.

2. OBJETIVOS

Introduzir a comunidade um conhecimento panorâmico dos diversos aspectos constitutivos do Novo Testamento.

2.1 OBJETIVO GERAL
Apresentar uma visão panorâmica e introdutória do Novo Testamento.


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar as formas de aproximação para o estudo dos textos bíblicos e auxiliar a comunidade a se interessar com profundidade no estudo da Bíblia. E como o cristão pode aplicar o Novo Testamento à vida.

3. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
1- compreensão da Inspiração da Bíblia;
2- capacidade de dialogar sobre a Bíblia e oferecer respostas coerentes às diversas correntes;
3- capacidade de respeitar o próximo e suas diferenças religiosas;
4- motivar a prática das condutas Éticas e Morais do texto Sagrado;

4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1 – A Inspiração da Bíblia

2 – Visão Panorâmica do Antigo Testamento

3 – A Mensagem de Mateus

4 – A Mensagem de Marcos

5 - A Mensagem de Lucas

6 – A Mensagem de João

7 – Igreja Primitiva – Atos dos Apóstolo

8 – Carta de Paulo – Romanos

9 – Carta de Paulo – 1 e 2 Corintios

10 – Carta de Paulo – Gálatas

11 – Carta de Paulo – Efésios

12 – Carta de Paulo – Filipenses

13 – Carta de Paulo – Colossenses

14 – Carta de Paulo – 1 e 2 Tessalonicenses

15 – Carta de Paulo – 1 e 2 Timóteo

16 – Carta de Paulo – Tito

17 – Carta de Paulo – Filemom

18 – Hebreus

19 – Tiago

20 – 1 e 2 Pedro

21 – 1, 2 e 3 João

22 – Judas

23 - Apocalipse

5. METODOLOGIA

• Elaboração de material teórico, relacionado com as pesquisas acadêmicas;
• Atendimento personalizado individual, e coletivo com orientação e esclarecimentos de dúvidas no acompanhamento dos Sermões.
• Sermões expositivos contendo uma visão geral de cada livro ou carta do Novo Testamento.
• Orações
• Louvores

6. CONVITE
Convidamos você e sua família para aprender juntamente conosco da Palavra de Deus.
Que Deus abençoe a sua vida grandemente, e que o amor de Deus possa entrar em seu coração a cada dia, e que o Espírito Santo de Deus possa te iluminar, guiando você por caminhos verdejantes. Que a Graça do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo esteja com todos vocês.

7. LOCAL
Na minha residência. Rua Tinoli, Nº. 57, Loteamento Pagani, Palhoça, Próximo ao “LE VERT RESIDENCE”.

8. DATA E HORA

Todos os Sábados, ás 18:00 h.



“A Verdadeira Tragédia É Viver uma Vida Longa e Nunca Usá-la a Serviço do Messias” (Extraído do livro – O Último Discípulo).





9. BIBLIOGRÁFIA

Comentário Bíblico Beacon:Mateus a Lucas, volume 6. Rio de Janeiro. 3ª edição. CPAD, 2009.

Comentário Bíblico Beacon: João a Atos, volume 7. Rio de Janeiro. 3ª edição. CPAD, 2009.

Comentário Bíblico Beacon: Romanos a 2 Corintios, volume 8. Rio de Janeiro. 3ª edição. CPAD, 2009.

Comentário Bíblico Beacon: Gálatas a Filemom, volume 9. Rio de Janeiro. 3ª edição. CPAD, 2009.

Comentário Bíblico Beacon: Hebreus a Apocalipse, volume 10. Rio de Janeiro. 3ª edição. CPAD, 2009.

PHILLIPS, John, Explorando as Escrituras. Rio de Janeiro. 2ª Ed. CPAD, 2005.

DEVER, Mark, A Mensagem do Antigo Testamento. Rio de Janeiro. 1ªEd. CPAD, 2008

DEVER, Mark, A Mensagem do Novo Testamento. Rio de Janeiro. 1ªEd. CPAD, 2009

CHARLES F. Pfeiffer, Haward F. Vos, John Rea, Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro, RJ. 5ª Edição. CPAD, 2009.
BÍBLIA SHEED. Bíblia Sagrada, Português. ARA. São Paulo: Ed, Vida Nova, 1997.

BÍBLIA SAGRADA. Português. NTLH, São Paulo: Ed, SBB, 2001.

NOVO TESTAMENTO INTERLINEAR GREGO – PORTUGUÊS. Barueri, SP: SBB. 2004

Manual Bíblico SBB; tradução de Lailah de Noronha. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008.

LAWRENCE O. Richards. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 4ª Ed. CPAD. 2008.

Comentário bíblico Atos: Antigo Testamento / John H. Walton, Victor H. Matthews, Mark W. Chavalas; [tradutor Noemi Valéria Altoé]. – Belo Horizonte: Editora Atos, 2003.

RALFH O, Muncaster. Examine as evidências. 1ª edição. Rio de Janeiro. CPAD. 2007.

ROY B. Zuck. Teologia do Novo Testamento. 1ª edição. Rio de Janeiro. CPAD. 2008.

GRAIG S. Keener. Comentário Bíblico Atos – Novo Testamento. 1ª Edição. Belo Horizonte. ATOS. 2004.

NORMAN Geisler. Teologia Sistemática. 1ª Edição. Rio de Janeiro. CPAD. 2010.




Palhoça
2011