sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Lição 01 - A Defesa do Apostolado de Paulo


TEOLOGIA DAS EPÍSTOLAS MISSIONÁRIAS DE PAULO – DAVID K. LOWERY

O dicionário Houaiss define “ironia” como “contraste ou incongruência entre o resultado real de uma seqüência de acontecimentos e o que seria o resultado normal ou esperado”. Essa é uma descrição conveniente da vida e ministério do apóstolo Paulo. Em Atos, ele é o primeiro mencionado em conexão ao apedrejamento de Estevão (7.58), “consentiu na morte dele” (8.1). Depois disso, ele “assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (8.3). Mas essa seqüência de eventos é realmente distinta da última palavra sobre Paulo em Atos, palavras que registram que ele “pregava o Reino de Deus e ensinava com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum” (28.31).
O próprio Paulo, em sua epístola aos Coríntios, testifica essa ironia quando escreve: “Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi vã (1Co 15.9,10). Na verdade, o perseguidor da igreja transformou-se em um missionário de destaque e deixou um legado escrito para as igrejas que fundou e onde logo passou a ser reconhecido por ter relevância e autoridade permanentes.
As seis primeiras epístolas de Paulo foram escritas, em um período de cerca de dez anos (48 – 58 d.C), no curso de trÊs viagens missionárias. Se a epístola aos Gálatas foi escrita para as igrejas de Antioquia, de Icônio, de Listra e de Derbe (At 13-14), essas seis primeiras epístolas foram escritas em uma sequência fácil de lembrar. Paulo, após sua primeira viagem, escreveu uma epístola, Gálatas. Em sua segunda viagem, escreveu duas epístolas 1 e 2 Tessalonicenses. Na terceira viagem, ele escreveu três epístolas, 1 e 2 Coríntios e Romanos.
Paulo escreveu essas epístolas por ser o pastor fundador e estar preocupado com o bem-estar das igrejas plantadas por meio de seu ministério. Em geral, havia assuntos específicos com os quais ele se sentia impelido a lidar. Às vezes. Como no caso de 1 Coríntios, ele responde perguntas específicas da igreja. Ele, com mais freqüência, atacava as falsas doutrinas ou as condutas impróprias que ameaçavam a estabilidade da comunidade cristã.

AS EPÍSTOLAS – DONALD GUTHRIE / STEPHEN MOTYER

As epístolas compõem um terço do NT. Às vezes, os leitores têm dificuldades para entendê-las, e voltam aos Evangelhos com uma sensação de alívio. Mas as Epístolas contêm muitos ensinamentos de vital importância que foram transmitidos pelos apóstolos e seus colaboradores, e as dificuldades começam a diminuir quando conseguimos ver as Epístolas no contexto daquele tempo e entendemos o enredo por trás delas. Então, como a luz que passa repentinamente por um slide fotográfico, elas ganham vida, e podemos perceber a mensagem que tinham naquela época e que têm ainda hoje.

O MUNDO DAS EPÍSTOLAS

As epístolas foram escritas na época em que o cristianismo se expandia a partir da Palestina e chegava ao mundo mais amplo, que era dominado pelo Império Romano. Como era viver sob o poder romano naquela época?

UM MUNDO DE PROSPERIDADE

Os romanos haviam trazido paz e prosperidade áquela região. Os piratas haviam sido expulsos do Mediterrâneo, e enormes frotas de navios mercantis transportavam grãos e artigos de luxo para a Itália. Os tentáculos do comércio e poder romanos se estendiam por toda parte, chegando até a África Ocidental e ao norte da Índia. Roma em si era uma cidade muito rica, e outras cidades às quais foram enviadas epístolas – Éfeso, Filipos e Corinto, por exemplo – havia enriquecido através do comércio.
Muitas estradas foram construídas e viajar era fácil. A língua grega era falada na parte leste do Mediterrâneo, e o exército romano estava presente em todas as principais cidades, para assegurar os interesses de Roma.
No entanto, havia o lado sombrio de tudo isso. Em alguns lugares, especialmente na Palestina, o peso dos impostos era quase insuportável.
Paulo dedicou vários anos do seu ministério à arrecadação de fundos entre as igrejas mais ricas da grécia e da Ásia menor, para ajudar os cristãos pobres de Jerusalém.

UM MUNDO DE CONFUSÃO

A confusão era produzida em parte porque as pessoas podiam se deslocar com tanta facilidade, e então descobriam que havia muitas filosofias e religiões disponíveis, todas prometendo respostas às suas dúvidas. A grande variedade deixava as pessoas confusas.
Se andássemos por uma das ruas de Éfeso no tempo de Paulo, por exemplo, seríamos surpreendidos pela quantidade de pequenos templos para divindades diferentes, cuidados por devotos que acreditavam que o deus ou a deusa lhes havia prestado um favor.
Continuando, veríamos alguns dos malakoi, jovens rapazes homossexuais com belos penteados, alguns deles na companhia de seus amantes mais velhos. Isso nos faria lembrar os ensinamentos do grande filósofo Platão, que acreditava que o homossexualismo era a forma mais sublime de amor humano. Ficaríamos sabendo que crianças eram atraídas regularmente a essas atividades, e ao serviço sexual nos templos.
Seríamos informados que muitos deles usavam drogas ou danças para produzir o êxtase.
Depois passaríamos pela sinagoga, e veríamos muitas pessoas comuns de Éfeso entrando ali. Eram atraídos pela antiguidade do judaísmo. Moíses, o legislador, vivera centenas de anos antes, muito antes mesmo que o poeta Homero! Para muitos, judaísmo se tornara uma rocha sólida num mundo confuso, embora poucos chegassem a ponto de se deixarem circuncidar e se dedicarem de corpo e alma à religião.
Em seguida, chegaríamos ao mercado no centro da cidade, e veríamos os filósofos itinerantes e suas escolas de alunos. Poderíamos ouvir os cínicos, que ensinavam uma moralidade simples e realista – como levar uma vida boa. Não se importavam com os estóicos intelectuais que ensinavam ali perto. Os estóicos nos diriam que Deus está presente em tudo, e que é preciso aprender a viver em harmonia com Deus praticando “indiferença”, para não sermos afetados por extremos de emoção, seja ela alegria ou tristeza. Eles não concordavam em nada com os epicureus, que também se encontravam ali. Estes não acreditavam na existÊncia de deuses ou do sobrenatural e ensinavam que o prazer é o objetivo supremo da vida.
Onde poderíamos encontrar a verdade em toda essa confusão?
Numa rua menos movimentada encontraríamos a escola de Tirano, onde um judeu estranho chamado Paulo ensinava mais uma religião, centrada em Jesus que promete vitória sobre a morte e todos os poderes do mal a qualquer pessoa que simplesmente nele crer e confessar que ele é “Senhor”.
Não é difícil traçar paralelos entre o mundo das epístolas e nosso mundo atual, com todas as suas culturas! A mensagem das epístolas é tão relevante hoje quanto era naquela época.

OS LEITORES DAS EPÍSTOLAS

Os leitores das epístolas viviam no mundo que acabamos de descrever. Estamos tão afastados daquela época que, ás vezes, nos é difícil de perceber que, naquele contexto, o cristianismo era algo novo e totalmente revolucionário. A mensagem cristã era completamente diferente de tudo que se oferecia nas ruas.
Os cristãos de origem judaica não viam razão para abandonar as leis alimentares e a celebração das festas, mas a obediência rígida a essas leis impossibilitava a comunhão profunda com cristãos de origem não-judaica. Por outro lado, os cristão oriundos do mundo gentílico não viam motivo para começar a obedecer tais leis, especialmente se já participavam no culto na sinagoga sem fazer isso. Paulo entra nos detalhes dessa questão em Romanos e Gálatas.

AS EPÍSTOLAS DO EVANGELHO

Paulo havia deixado Corinto, navegando até Éfeso. Depois de algum tempo ali, ele ouviu relatórios sobre dificuldades na igreja de Corinto. Também recebeu uma carta da própria igreja.
Em resposta, Paulo escreveu 1 coríntios. É uma carta essencialmente prática, com a qual tenta sanar as divisões na igreja. Também reage a alguns dos problemas enfrentados pelos novos cristãos que viviam numa cidade pagã notória pela sua imoralidade.
Não é fácil ordenar os diversos contatos de Paulo com a igreja em Corinto. Parece que ele visitou Corinto depois de escrever a sua primeira epístola, e pode ter escrito outra que não chegou até nós. De qualquer forma, é evidente que ele não estava feliz com a resposta dos coríntios. Enviou Tito a Corinto, e pôde, finalmente, receber notícias mais animadoras sobre a situação. Escreveu, então, 2 coríntios para expressar seu alívio, manifestar seu desejo de manter o bom relacionamento, e transmitir mais advertências e palavras de ânimo á igreja.

CORINTO

A cidade de Corinto localizava-se em um istmo, controlando o acesso a dois mares: o Egeu no oriente, e o Jônio no ocidente. Esta antiga cidade próspera, chamada de “a ponte dos mares”, havia sido destruída pelos romanos em 146 a.C. Ela foi restabelecida em 46 a.C. por Júlio César, e habitada por veteranos do exército e homens livres. A localização estratégica da cidade atraiu rapidamente uma grande população, e na época do nascimento de Cristo, Strabão escreveu: “Corinto é tida como uma cidade rica por conta do comércio”. Uma outra fonte de prosperidade era a indústria bancária que se desenvolveu ali. Um terceiro fator era a grande colônia de artesãos que se fixaram em Corinto. Por exemplo, o bronze de Corinto era apreciado por todo o Império, e as lâmpadas de Corinto eram exportadas para todas as terras. Finalmente, nos dias de Paulo, Corinto também era a capital da Acáia, e a atividade do governo trouxe tanto a população como a riqueza para a cidade. O retrato que obtemos é o de uma comunidade atarefada e apresada, ativa, e próspera, habitada por homens e mulheres ambiciosos, ansiosos por prosperar e serem bem-sucedidos.
O que parece mais significativo é o tom geral da cidade: suas diretrizes e entusiasmo, seu foco no sucesso e na realização pessoal. Quando olhamos para a epístola que Paulo escreveu para sua congregação problemática ali, sentimos rapidamente que estas características contaminaram a igreja, e são refletidas no desejo de seus membros e estabelecer seu próprio prestígio dentro da comunhão da fé.
Certamente em nossa própria sociedade valorizamos os traços do trabalho árduo, do entusiasmo, e do compromisso com o sucesso pessoal que marcavam os homens e mulheres de Corinto. No entanto, estes mesmos traços, como veremos, podem ser destrutivos para a unidade que devemos aprender a desenvolver ao vivermos juntos como membros do corpo único de nosso Senhor Jesus Cristo.



2 CORÍNTIOS

Um intervalo de pouco mais de um ano separa as duas epístolas de Paulo aos Coríntios. A segunda epístola foi escrita provavelmente em 56 d.C., numa cidade da Macedônia (a província romana no norte da Grécia cuja capital era Filipos).
Depois da primeira epístola, os problemas aparentemente se agravaram e Paulo fez uma rápida visita não programada a Corinto (sua segunda visita, na primeira, a igreja havia sido fundada).
Essa visita acabou trazendo dissabores tanto para ele quanto para igreja (2.1). Ele prometeu voltar a Corinto (1.16). Mas em vez disso, para evitar uma visita ainda mais dolorosa (1.23), ele dirigiu-se à Ásia (onde enfrentou grande perigo, 1.8-11) e lhes escreveu uma carta severa, a carta das “muitas lágrimas” (2.4). Ele só teria paz de espírito depois de ouvir a reação da igreja. Assim, partiu para Trôade, junto á costa, esperando receber notícias. Tudo corria bem em Trôade, mas Paulo não podia esperar mais. Acabou atravessando o mar Egeu e chegou à Macedônia (2.12-13), onde finalmente Tito o alcançou com a notícia de que a carta havia trazido os coríntios de volta à realidade (7.6-7). Paulo ficou muito feliz.
Agora, ao escrever novamente, o pior havia passado. Ele pensa em fazer uma terceira visita, que espera seja mais alegre. Assim, a parte final da carta foi escrita especificamente para colocar os pontos nos is (13.10). (Ele conseguiu fazer essa sua estada em Corinto. Isto permite concluir que a história em os coríntios teve um final feliz.)
2 coríntios é, talvez, a mais pessoal de todas as cartas de Paulo. À medida que lemos, sentimos o peso da sua preocupação com todas as igrejas (11.28): o profundo amor que tinha por elas e o quanto ansiava pelo seu progresso espiritual. Vemos o preço pago por ele para levar adiante seu projeto missionário: dificuldades, sofrimento, privações, humilhação, quase tudo além do limite que se pode suportar. E vemos fé inabalável em meio a tudo isso, fazendo com que cada circunstância seja vista sob outra perspectiva.
A natureza pessoal da carta torna difícil sua análise. O pensamento de Paulo flui de forma quase ininterrupta e os temas se repetem. (As interrupções mais significativas ocorrem no começo do cap.8, onde ele passa a abordar a questão do auxílio para Jerusalém, e no começo o cap. 10, onde responde às acusações de seus críticos). No geral, Paulo escreve para defender o seu ministério e a autoridade apostólica que havia recebido de Deus.

2 CORÍNTIOS – EXPLORANDO AS ESCRITURAS

Primeira Coríntios, produziu bom efeito em geral. Por exemplo, o irmão foi expulso da comunhão e demonstrou profundo arrependimento. Entretanto, uma minoria vocal na igreja estava instigando problemas contra Paulo, desafiando seu apostolado e atacando-o de maneira difamadora. Eles o acusaram de ser inconstante (1.17,18,23), orgulhoso e soberbo (3.1;5.12), de ser fraco e ter aparência pessoal desagradável (10.10), de ser desonesto (12.16-19) e até praticamente louco (5.13;11.16-19;2.16). Paulo respondeu aos detratores em linguagem acaladora e apaixonada em 2 Coríntios. De todas as suas cartas, esta provavelmente nos dá nosso melhor vislumbre da personalidade do grande apóstolo.

Comparação de 1 e 2 Coríntios

1 coríntios
insight da vida,
caráter e condições
da igreja.
objetivo e prático.
Circunspeto.
Avisos contra as
Influências pagãs.

2 coríntios
insight da vida,
caráter e condições do
apóstolo Paulo
Subjetivo e pessoal
Comovido
Avisos contra as
Influências judaizantes.

Paulo sofreu muitas coisas pela causa de Cristo. Nesta carta, ele apelou repetidas vezes às coisas que sofreu como evidência de sua sinceridade. Paulo explicou aos coríntios que uma visita que propusera fazer-lhes fora inevitavelmente postergada, mas esta não era prova de que ele era inconstante. Na realidade, havia uma razão por que adiara sua visita a Corinto: não desejava magoá-los, nem queria fazer uma visita dolorosa. Disse-lhes o quanto ficou feliz pelo fato de o irmão disciplinado ter se arrependido e recomendou que ele fosse perdoado e restabelecido à comunhão. O apóstolo explicou que a carta anterior fora um tipo de teste para ver se eles se curvariam à sua autoridade apostólica (2.9). Depois, em palavras ardentes, descreveu a glória do ministério, dizendo-lhes que eles mesmos eram a prova viva da sua comissão (3.1-3).
Paulo agradeceu calorosamente aos coríntios pela participação fiel que eles têm no evangelho e assegurou-lhes que seu coração estava completamente aberto para eles. Paulo os exortou a viverem em separação do mundo e mais uma vez lhes asseverou que, apesar das palavras lancinantes que tivera de usar, ele os amava profundamente. A seguir, falou de modo geral sobre o apoio financeiro que eles davam e usou grande simplicidade de discurso sobre o assunto da mordomia cristã de dinheiro.
Os capítulos finais nos contam muito sobre a perspectiva de Paulo. Ele sentia que tinha algo mais que valia a pena ressaltar do que mera boa aparência: força espiritual, ostentação e estatura (10). “ Aquele, porém, que se gloria”, disse ele, “glorie-se no Senhor.”
Depois Paulo exortou quanto ao dar atenção a “outro Jesus”, “outro espírito” e “outro evangelho” (11.4). Em seguida, exaltou seu apostolado, dizendo que ele não foi inferior a nenhum dos apóstolos (11.5). Brevemente alguns dos grandes sofrimentos por que passou pela causa de Cristo e começou a narrar uma visão divina que recebera, uma visão tão magnífica que fora necessário receber “um espinho na carne”. Todavia, até mesmo este “espinho” era uma benção mascarada, porque lhe ensinou nova dependência da graça de Deus.
Conclui, afirmando que, da próxima vez que fosse a Corinto, não seria indulgente com seus críticos, mas os colocaria em teste e trataria com eles em poder. Contudo, notamos que suas últimas observações estavam cheias de carinho, graça, amor e companheirismo.

2 CORÍNTIOS
O HOMEM INADEQUADO

EXPOSIÇÃO
A segunda epístola aos coríntios foi escrita entre seis e dezoito meses depois da primeira. Aparentemente, a maioria dos problemas com que Paulo teve que lidar ali, tais como ações judiciais e uso indevido da Ceia do Senhor estava, agora, corrigida. Mesmo assim, o relacionamento de Paulo com os coríntios continuava a se deteriorar, talvez exigindo “visita dolorosa” e rápida do apóstolo (2.1;12.14,21;13.1,2). Isto não conseguiu resolver o problema, e os oponentes do grupo de Paulo continuavam atacar o apóstolo e seus representantes (2.5-8,10;7.12), incentivados pelos judaizantes da Palestina (11.4,22).
Então escreveu uma carta curta, mas severa (2.3,4,6,9;7.8,12), que foi entregue por Tito (2 Co 8.6ª). enquanto isto, o próprio Paulo deixou Éfeso para ministrar em trôade (At 19.23-20.6,2 Co1.8-11) e na Macedônia (2.16;7.5). Ali, Tito uniu-se a ele, e lhe trouxe boas noticias: os coríntios haviam reagido positivamente à severa carta que ele havia entregado (7.5-16). Mas, não se passou muito tempo antes que Paulo ouvisse de mais problemas em Corinto. Frustrado, porém ainda confiante, escreveu então a carta que chamamos de 2 Coríntios. Uma carta que, talvez, seja a mais reveladora, em termos pessoais, de todas as epístolas de Paulo. Apesar deste contínuo conflito com os críticos de Corinto, com grande sinceridade, compartilha sua fraqueza, assim como seus pontos fortes, ao explicar os princípios de seu ministério na Nova Aliança.
A completa sinceridade de Paulo é revelada no primeiro capítulo. Depois das saudações de costume (1.1,2), Paulo louva o Senhor como o “Deus de toda consolação” e ao continuar, confessa sua própria angústia e necessidade de consolo (1.3-11). Isto é verdadeiramente surpreendente. Em lugar de defender-se, enumerando suas credencias como apóstolo, Paulo expõe sua fraqueza como homem: “Sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos”. Esta auto-revelação tem um objetivo: somente um homem consciente de suas fraquezas, que tenha sentido o consolo que Deus provê, é capaz de identificar-se com outros que são fracos, e de lhes transmitir o consolo de Deus. As cartas de Paulo expuseram as fraquezas dos coríntios. Agora ele expõe sua fraqueza, para lhes garantir que Deus é capaz de resgatar a todos.
A seguir, Paulo responde à acusação de que, apesar de suas promessas de passar algum tempo em Corinto, tenha voltado atrás em sua palavra. A resposta de Paulo é simples: ele havia exposto suas inteções, mas, como servo de Cristo, havia entregado a direção de suas atividades à vontade de Deus. E o Senhor tinha outros planos (1.12-22). Além disto, a demora de Paulo não é evidência de falta de amor pelos coríntios. Ele hesitou, para poupa-los de outra “visita dolorosa”, e em lugar de ir, ele escreveu, com grande aflição (1.23-2.4). Aparentemente, a carta de Paulo foi eficaz, e a igreja castigou aqueles que lideraram o ataque contra o apóstolo. Paulo incentiva o grupo a perdoar a pessoa agora arrependida e a recebe-la de volta na comunhão (2.5-11). A esta altura, Paulo entra no que se denomina “digressão” (divagação), que se estende de 2.12 a 7.16. Divagação ou não, estes capítulos contêm assombrosa explicação dos princípios do ministério sob o Novo Concerto, em contraste com o ministério sob o concerto da Lei Mosaica.
Paulo inicia, mostrando-se em marcha vitoriosa, que celebra o triunfo de Jesus sobre todos os inimigos de Deus (2.12—3.6). À medida que esta marcha abre seu caminho pelo mundo, a mensagem do evangelho é como o aroma das ofertas de ação de graças que sopra pelo mundo, aroma que para os perdidos é como cheiro de morte, mas para os salvos é cheiro de vida. O impacto desse ministério é visto nos seres humanos que são transformados por ele, pois a Palavra de Deus é escrita pelo Espírito Santo “NÃO EM TÁBUAS DE PEDRA, MAS NAS TÁBUAS DE CARNE DO CORAÇÃO”.
Os pensamentos de Paulo são levados a outra comparação (3.7-18). O Antigo Concerto tinha certa glória, mas uma glória de desapareceu, da mesma maneira que o esplendor que brilhava na face velada de Moisés desapareceu quando ele deixou a presença de Deus. Mas, o Novo Concerto tem uma glória muito maior. Israel, ainda com seus olhos fixos em Moisés, na pode ver a glória de Cristo, porque o verdadeiro significado da Lei permanece oculto. Como é diferente com os Cristãos! Por meio de Cristo, Deus está trabalhando dentro de nós, realizando transformação progressiva e duradoura, e não transformação que desaparece. À medida que nos descobrimos, doando-nos livremente e sinceramente, nós vemos Cristo refletido na transformação que Ele está realizando em cada um de nós.
Que base de confiança Paulo tem, apesar de sua própria fraqueza confessada e das falhas óbvias dos coríntios! Cristo está em ação dentro de cada crente. À medida que o Espírito prossegue em seu trabalho, e os membros do corpo descobrem aquela sinceridade e honestidade que Paulo exibe, Cristo continuará a realizar sua obra transformadora dentro deles. E eles verão e conhecerão sua glória.

Comentário atos
Situação: Virtualmente, todos concordam em que Paulo lida com tensões causadas por adversários, pelo menos nos capítulos 10 e 13, mas os pontos de vista sobre a natureza dos oponentes de certo que variam. Os gnósticos (embora o gnosticismo desenvolvido só aparecesse, nas fontes que sobreviveram completas, meio século depois de Paulo), os judeus cristãos palestinos e outros vão aqui propostos como adversários de Paulo. A referência do apóstolo à descendência abraâmica deles (11.22) pelo menos deixa claro que são judeus, mas isso não torna a divisão de que estamos tratando uma questão necessariamente judaica. A questão de divisão parece ter mais em vista a visão do ministério do que propriamente a teologia, como é normalmente definida: Paulo veio como servo e trabalhou entre eles, ao passo que seus acusadores têm um elevado conceito de si mesmos, mais apropriada aos ideais da classe superior sobre liderança, conforme exercida na antiguidade, do que o próprio conceito de Paulo.

Propósito. Paulo quer reaver a confiança de seus conversos, assim como a posição deles de amigos íntimos. Escreve então uma carta de autolouvor, ou seja, uma forma de carta de recomendação especialmente necessária para que se defender contra acusações.


Apostolado
É preciso uma releitura de II Co. 5.16. Aqui o Apóstolo se mostra por inteiro consciente da sua própria posição Apostólica, com consciência espiritual plena, de que de fato, o é.
Ele revela o conhecimento de Cristo em carne e no nível glorificado que se apresentara aos outros Apóstolos e discípulos.
-Nesta II Epístola aos de Corinto, Paulo abre o seu coração e faz saber a todos os de Corinto, por quais sofrimentos ele passou, os quais lhe dão um robustecimento, sem tese, mas empírico, do Seu Apostolado, chegando a afirmar:
”vs.16 Outra vez digo: ninguém me julgue insensato; mas se assim pensais, recebei-me como insensato mesmo, para que eu também me glorie um pouco.”
Compara-os aos de outros Apóstolos, hebreus como ele, deixa a modéstia e se diz insensato, pelo falar, mas sem modéstia, deixada, neste momento de lado, mostra que se os Apóstolos do Colegiado, sofreram danos pessoais e físicos em Jerusalém, estiveram presos, em fuga...ele também tivera duros embates com as autoridades, por causa do Evangelho e ainda coloca o testemunho de Deus como prova de suas palavras.
Os apóstolos, na derivação do verbo grego apostelôo (enviar) são aqueles que foram “enviados” em missão; alguém designado para cumprir algum mandato especial.
A palavra Apóstolo envolve no seu bojo etimológico e na sua literalidade, uma definição de enviado.
Jesus, após um período de Oração desce do monte, com a decisão de formar o seu Apostolado,
A Escolha:
Lc.6.13. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos:
Mt.10.2-5. ...os nomes dos doze apóstolos são: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;Simão Cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. A estes doze enviou Jesus
Paulo já houvera escrito sobre a sua posição apostolar, ao pedir à Igreja, meios e direitos idênticos aos demais Apóstolos.
primeira Carta Epistolar aos de Corinto, sobre Paulo e seu Apostolado:
I Co.4. 9. Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens.
I Co. 9. 1,2,5. Não sou eu livre? Não sou apóstolo? Não vi eu a Jesus nosso Senhor? Não sois vós obra minha no Senhor? Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos para vós o sou; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. Não temos nós direito de levar conosco esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?
I Co. 15. 7,9. depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo.Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. Defendendo ter estado com Jesus, da mesma maneira que os outros
Apóstolos e discípulos,viram ao Cristo Glorificado após a sua morte, eles também apareceu a Paulo, diz ele.
(essa estranha frase significa um aborto, ou nascimento fora do tempo, e denota um filho nascido de forma violenta e prematura).
At. 1.13. E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago.
Os Apóstolos tinham Autoridade diante da Igreja por esta proximidade e Escola discipular de Jesus, eram procurados para dar respostas à Igreja sobre os assuntos do Ministério e Ensino de Jesus Cristo:
Afinal, tinham tido uma Escola de três anos, com Jesus:
At. 2:42. - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
Quando Jesus foi traído por Judas Iscariotes, o Colégio Apostólico ficou diminuído em seu número original, relacionado, por inferência, às promessas de Deus, e ao número original das Tribos de Israel, o que Jesus respeitou, pelo simbolismo, de que ele viera para o povo judeu, em primeiro lugar, como parte da Promessa e Aliança Davídica, a qual Deus jamais se furtará.
O Colégio Apostólico, reúne-se para estudar, pos-morte de Jesus, agora o Cristo de Deus glorificado, nesta sua nova instalação, pós-ressurreição, como deveria se dar a substituição do Apóstolo traidor.
1- Uma Reunião da Igreja:
At. 1.15-20,22. E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas) disse:Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus;Porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério.Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, E não haja quem nela habite, Tome outro o seu bispado [Sl.109.8]. É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo[...] Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.
que foram colocadas algumas necessidades do novo membro, a ser escolhido:
At. 1.21. É necessário, pois, que:
-dos homens que se puserem à escolha:
-conviveram conosco
-todo o tempo
-em que o Senhor Jesus entrou
-e saiu dentre nós,
At. 1.23. E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias.
24 E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido,
25 Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.
26 E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos.
Ministros.At.6.4
Este é um breve perfil do que a Igreja do tempo de Paulo pensava sobre o que era ser um Apóstolo.
Havia um número determinado por Jesus.
Ter acompanhado o Ministério de Jesus em todo o seu período, por isto que Matias e José – O Justo [Barsabás] foi selecionado e escolhido, ele estava dentro do perfil e qualificação necessária, para ser participante da escolha.
Aqui começa a difícil caminhada de Paulo em sua posição apostolar.
Dificultando ao mesmo defendê-la em toda a sua longa jornada ministerial.
-A posição dos judaizantes. At.17.13. Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus também era anunciada por Paulo em Beréia, foram lá, e excitaram as multidões.
At.15.1-3. ENTÃO alguns...da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão. E eles, sendo acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios;
Já neste caso, a posição de Paulo é de insubordinação ou no mínimo, vista como alguém, ainda sob suspeição para defender teses próprias da Igreja ou dos Apóstolos.
Atos 15.23,27. ...Os apóstolos e os anciãos, irmãos, aos irmãos dentre os gentios em Antioquia, na Síria e na Cicília, saúde...ouvimos que alguns dentre nós, aos quais nada mandamos, vos têm perturbado com palavras, [...]tendo chegado a um acordo, escolher alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas [22. homens influentes entre os irmãos], os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas. Tendo eles então se despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta.
Paulo, sob as bênçãos do próprio Concílio de Jerusalém, continuou a implantação e expansão da Igreja gentílica, com uma visão antioquena Atos 15. 30, 35. E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor.
III.a- A desconfiança sobre a sua Chamada:
1-O não reconhecimento da manifestação de Jesus Cristo, a Paulo quando se dirigia à Damasco, como uma prova de sua condição Apostólica foi um dos maiores dissabores, que acompanharam o Apóstolo Paulo.
-Preocupações de Paulo e Seu Apostolado:
Quando estudamos a Epístola aos Corintíos verificamos e entendemos, que uma das preocupações de Paulo é explicitar, logo na saudação inicial da Epístola a sua posição apostolar, segundo a Vontade de Deus:
II Co.1.1. PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus, que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia.
É esta revelação que o leva a defender o seu Apostolado, a despeito de qualquer um outro o desconsiderar, ele estava firmado na Revelação de Jesus Cristo Glorificado, que lhe assitira espiritualmente em revelação, por anos na longínqua área desértica Arábia.Gl.1.17.
A Iniciação do Apostolado e sua confirmação na visão Neo-Testamentária:
Atos 15.36,37;41. E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão.E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos.[...]Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.40 E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas.
a-Aprendemos com o texto:
2-Paulo exerce nesta sua viagem a Síria e Cilícia, uma função totalmente Apostólica, a semelhança dos Apóstolos-discípulos.
At. 8:14 - Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.
-Um Apostolado de Amor pela Igreja:
Uma das mais céleres expressões de humildade de Paulo quanto ao seu ministério apostolar, foi sem dúvida, a sua ida a Jerusalém afim de, com humildade, confirmar o Evangelho que pregava, após longos anos ausente da Igreja mãe.
Muitos de nós precisamos nos referenciar, com a comunhão de outros irmãos da mesma fé em encontros, seminários, para ver se não estamos pregando em nossos púlpitos, ou ensinando em nossas Igrejas, em nossas EBD’s, Estudos e ensinos, um Evangelho puro ou um outro Evangelho, eivado de termos jamais encontrados na Bíblia com costumes inventados por nós ou por apreensão dos mesmos ao longo de nossa jornada.
Gálatas 2. 1.2,7-9. Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo a Tito. E subi devido a uma revelação, e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que eram de destaque, para que de algum modo não estivesse correndo ou não tivesse corrido em vão.
Como Paulo, tenhamos humildade de nos reciclar.
Sempre temos muito a aprender.
Nesta ida Paulo descobre ou é ensinado [talvez, lembrado] sobre as ofertas aos pobres.

Os capítulos 10 e 13 são uma autodefesa irônica dirigida aos cristãos de Corinto. A epístola inclui elementos de diversos estilos de carta da antiguidade: reprovação, consolo e, sobretudo, amizade. Ao contrário dos missionários que se opunham a ele e procuravam substituí-lo, Paulo nunca pediu dinheiro aos coríntios para si mesmo, e isso ofendeu os membros da elite que fazia parte da congregação. Estes acreditavam que a comunidade tinha de pagar seus mestres, os quais, por sua vez, não poderiam ser artesãos auto-sustentáveis (os abastados desprezavam os artesãos).


UM DOCUMENTO PESSOAL – BEACON

Nenhuma das outras cartas de Paulo nos conduz tão profundamente ao coração do homem e do apóstolo como essa carta à igreja de Corinto.
Um pedaço da vida de Paulo – autêntico, espontâneo, desconcertantemente complicado, mas bastante interessante. 2 Coríntios nos deixa perplexos pela revelação da qualidade radical do seu compromisso como apóstolo. O propósito desta carta representa o pulsar emocionado daquele ministério do evangelho que pertence a cada um dos membros de Cristo, seu comprometimento, seu conteúdo, seus recursos e seu caráter. Seu testemunho estava predestinado à inescapável verdade de que a missão da igreja, como corpo de Cristo, é continuar com o sofredor, abnegado e sacrificado ministério de Jesus.
Esta carta tinha a finalidade de fazer a reconciliação pessoal de Paulo – como pai espiritual – com seus insolentes filhos na fé. Durante algum tempo, eles haviam se deixado seduzir por uma severa crítica dirigida à integridade do ministério apostólico de Paulo, instituída por alguns que estavam no meio deles. Paulo enfrentou esse ataque à sua vocação pessoal apelando ao próprio caráter do evangelho.

INTEGRIDADE LITERÁRIA

AUTENTICIDADE

A carta afirma ter vinda mão de Paulo. “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo... à igreja de Deus que está em Corinto” (1.1). Todas as indicações nela contidas confirmam essa afirmação. Na igreja antiga não havia qualquer dúvida quanto à autoria de Paulo, e ela permanece indiscutível nos mais reputados círculos da igreja moderna.
Entretanto, alguns consideram 6.14-7.1 como uma interpolação, de outra autoria, dentro dessa carta. Esse argumento inclui 1) o grande número de palavras que não foram encontradas em nenhum outro lugar dos escritos de Paulo ou no NT, 2) combinações de palavras raramente empregadas por Paulo (cf. 6.14; 7.1) e 3) um íntimo relacionamento como inválidas, elas também não constituem uma prova decisiva de que Paulo não poderia ter escrito essa passagem. Até que provas conclusivas sejam apresentadas não existe uma razão determinante para negar sua autenticidade em 6.14;7.1. O fenômeno que exige uma explicação é a insatisfatória ligação dessa passagem com seu contexto, o que será discutido em seguida.

UNIDADE

Apesar do fato de não existir qualquer evidência comprobatória na história da transmissão do texto, muitos estudiosos insistem que 2 coríntios é uma coletânea de cartas ou fragmentos de cartas que o apóstolo escreveu a CORINTO EM DIFERENTES OCASIÕES.
Somente duas passagens foram suficientemente desafiadas para merecer a nossa atenção. 6.14-7.1 e os capítulos 10-13.
Como 6.14-7.1 parece interromper o pensamento que faz a conexão entre 6.13 e 7.2, muitas vezes se afirma que se trata e um fragmento interpolado de uma primeira carta conhecida como “carta anterior” (1Co 5.9). Nesse caso, a advertência é contra se prender “a um jugo desigual com os inféis” (6.14).
Muito difundida é a premissa de que os capítulos 10-13 foram escritos antes dos capítulos 1-9 e que constituem parte daquilo que tem sido chamado de “carta triste” ou “carta intermediária” (2.3-9). Esta carta, escrita “em muita tribulação e angústia do coração”.
O problema se origina principalmente de uma mudança do sentido de uma reconciliação já conquistada (1-9) para um ronovado ataque contra “alguns” (10.2) da igreja, a quem Paulo dá o nome de “falsos apóstolos” (11.13). Ele tem receio de, em sua volta, não encontrá-los como gostaria (12.20) e diz que não os perdoaria (13.2). A favor dessa afirmação foram acrescentados muitos argumentos.

SITUAÇÃO HISTÓRICA
A CIDADE DE CORINTO E A FUNDAÇÃO DA IGREJA

A cidade de Corinto, capital da província romana da Acaia, era uma cidade comercial próspera localizada no Istmo de Corinto. Sua população era constituída por uma cosmopolita mistura de romanos, gregos, orientais e judeus. Embora não chegasse a ser uma rival cultural de Atenas, essa cidade se orgulhava da sua sofisticação intelectual. Ali se realizavam a cada dois anos os jogos Ístmicos. Era também o centro do culto à deusa afrodite, em cujo templo inúmeras mulheres serviam como atração na vida noturna da cidade. Tudo isso produzia uma cidade cheia de vícios e licenciosidade sob uma aparência de sofisticação.
Foi para esse estratégico centro que o apóstolo se dirigiu em sua segunda viagem missionária, depois de uma visita um pouco frustrante feita à cidade de Atenas (At 18.1-22). Em Corinnto, ele se hospedou na casa de dois judeus exilados de Roma, Áquila e Priscila, e trabalhou ao deles no ofício de fabricar e comercializar tendas. Todo o sábado, Paulo comparecia à sinagoga a fim de persuadir os judeus e os gregos de que Jesus era o Cristo. Logo surgiu uma oposição por parte dos Judeus; Tito Justo, que ficava ao lado da sinagoga. Crispo, o líder da sinagoga, juntamente com muitos coríntios, cria no Senhor. Assim, a igreja era composta de crentes gentios e judeus. Silas e Timóteo se tornaram os companheiros de Paulo na evangelização em Corinto (2 Co 1.19). Durante sua permanência na cidade, Paulo foi levado pelos judeus perante Gálio, o procônsul romano. Ele, entretanto, se recusou a processar Paulo, defendendo-o em grande parte de outros ataques declarados dos Judeus. Ajudado por uma coragem divinamente recebida, Paulo permaneceu em Corinto durante um ano e meio, a fim de ali estabelecer uma igreja. Quando o apóstolo deixou Corinto, ele foi para Antioquia, através de Éfeso, e não teve mais nenhum contato com essa igreja, até sua missão de três anos em Éfeso durante sua terceira viagem missionária.
A igreja de Corinto, formada por uma amostra dos habitantes locais, havia sido afetada pela lassidão moral e pelo orgulho intelectual do seu ambiente pagão. Ela deu a Paulo mais problemas e mais momentos de ansiedade que qualquer outra igreja.

RELACIONAMENTO DE PAULO COM A IGREJA

Em 1 Coríntios 5.9, Paulo faz alusão à uma “carta anterior” que havia escrito para preveni-los contra a amizade com pessoas imorais dentro da convivência na igreja. Essa alusão havia sido mal interpretada, deliberadamente ou não, e entendida como homens imorais em geral (1 Co 5.10-11). Essa carta não foi preservada, devido, talvez, à repetição do seu conteúdo em 1 Coríntios.
Uma segunda carta, a que temos registrada como 1 coríntios, foi escrita em resposta a esse mal-entendido, assim como a várias outras questões. Acontece que Paulo havia sido informado sobre as contendas, imoralidade, e ações legais, dentro da igreja. Havia também uma carta que chegou até ele trazida provavelmente por uma delegação, fazendo perguntas relacionadas ao casamento, à carne dos animais sacrificados aos ídolos, aos dons espirituais e a ressurreição.
1 Coríntios, enviada provavelmente por intermédio de Timóteo (1 Co 4.17) não produziu os resultados desejados. O relatório que recebeu informava que as condições da igreja estavam se tornando piores. Portanto, Paulo deixou seu trabalho em Éfeso e fez algo que classificou como visita dolorosa a Corinto (2 Co 2.1). Parece que alguma pessoa em particular, algum chefe dos revoltosos, havia se levantado em um arrogante desafio a Paulo (2 Co 2.5-8). A igreja ficou do lado deste, e Paulo foi obrigado a fugir às pressas.
2 Coríntios é uma prova de que a polêmica contra o apóstolo havia aumentado e eram muitas as acusações e as críticas contra sua pessoa. Questionavam a integridade dos seus motivos, do seu comportamento e até do seu ministério apostólico. Até sua coragem (10.1,10) e sua capacidade foram atacadas (10.11;11.6) Parece que as críticas a Paulo vieram de uma minoria e estavam centralizadas em alguns judeus cristãos que haviam conseguido penetrar na congregação através de recomendações e da sua própria indicação. KUEMMEL, “eles não eram judaizantes, mas opositores palestinos da missão de Paulo e da dignidade apostólica que haviam se juntado à um grupo divergente, e aparentemente gnosticos, do ministério de Paulo e que já era evidente em 1Coríntios.
Ao retornar a Éfeso dessa “dolorosa visita”, Paulo escreveu uma “carta triste”(2.3-4) e enviou Tito (7.6) para entregá-la em Corinto e tentar recuperar a igreja para Paulo. Depois da partida de Tito, esta preocupação de Paulo iria impedi-lo de continuar seu trabalho, portanto ele partiu para Trôade e depois para a Macedônia, a fim de aguardar o retorno de Tito. Quando este chegou trazendo a informação de que a igreja havia cuidado do ofensor e que havia novamente se submetido à autoridade do apóstolo, Paulo sentiu-se reconfortado (7.6-12).
Nessa carta ele expressa seu alívio com o sucesso da missão reconciliadora de Tito e responde às aviltantes acusações dos seus Críticos. Em toda essa carta, mas especialmente nos capítulos 10-13, ele entendeu ser necessário defender a legitimidade do seu apostolado.
Depois da restauração de relações normais, Paulo ainda estava preocupado em reativar e levar ao término o projeto das coletas (caps. 8-9). Em sua terceira visita a Corinto ele passou lá o inverno, antes de prosseguir viagem para Jerusalém com as ofertas recebidas para os necessitados cristãos que lá viviam.

TEXTO AUREO:"Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo" (2Co 1.5). Não que possamos acrescentar qualquer coisa aos sofrimentos de Cristo por nós (Is 53.11; Jo 19.30; Hb 9.26-28), mas é que Deus nos chamou para sofrer por Cristo e, assim, seguirmos nos passos
de Cristo (Rm 8.17). Visto que estamos unidos ao Seu Corpo, tanto nossos sofrimentos pelo evangelho como o conforto que Deus nos provê em Cristo, resultam da nossa participação nele (Fp 3.10, 11). Nessa perícope, Paulo nos dá a entender uma característica constante de seu ensino. As experiencias-chaves de Cristo, especialmente seu sofrimento, sua morte e sua ressurreição, servem de padrão mediante o qual nós poderemos entender nossos próprios sofrimentos e nosso triunfo final.VERDADE PRATICA:Apesar dos dissabores e angústias de nossa jornada cristã, jamais nos faltará a consoladora presença do espírito Santo.OBJETIVOS:- Descrever o contexto histórico e cultural da cidade de Corinto;- Explicar os três objetivos da segunda carta de Paulo aos coríntios;- Mencionar as três lições aprendidas com Paulo nesta carta.
Palavra Chave: Consolar: (latim consolor, -ari, tranquilizar, reconfortar, aliviar, encorajar) Aliviar a pena, o sofrer de; confortar; Dar ou sentir prazer, satisfação; Conformar-se, resignar-se.
INTRODUÇÃOFomos grandemente abençoados com este último trimestre onde aprendemos com Davi como ser um homem/mulher segundo o coração de Deus, não será diferente neste primeiro trimestre de 2010 com o estudo da segunda carta de Paulo aos coríntios onde no final, cresceremos com as experiencias-chaves de Cristo, especialmente seu sofrimento, sua morte e sua ressurreição; veremos que servem de padrão mediante o qual nós poderemos entender nossos próprios sofrimentos e nosso triunfo final. Esta carta é uma carta pessoal, repleta de expressões de emoção profunda. Como tal, nos proporciona uma visão extraordinária do ministério do evangelho apresentado por Paulo. Entre os temas de apoio, temos a natureza imaculada da conduta de Paulo, seu sofrimento freqüente pela igreja e pela glória de Deus, seu grande amor por todas as igrejas, especialmente pela de Corinto, sua autoridade apostólica para edificá-la e eliminar qualquer oposição, e a ênfase freqüente de que o julgamento de Paulo não é de acordo com os padrões do mundo, mas de acordo com o reino espiritual invisível conhecido aos olhos da fé (1.12). Outras ênfases distintivas são a glória do ministério da nova aliança (Cap 3) e os princípios de mordomia cristã (Cap 8 a 9).1. A CIDADE DE CORINTO1. Uma metropole estratégica do século I d.C.: - A cidade surgiu na Era Neolítica, aproximadamente em 6.000 a.C. De acordo com o mito, foi fundada por Corintos um descendente de Hélios, deus do Sol. Outras versões sugerem que a cidade foi fundadada pela deusa Éfira (antigo nome da cidade), uma filha do titã Oceano.Corinto foi uma das mais florescentes cidades gregas da antigüidade clássica, tendo sido autônoma e soberana durante o período arcaico da história da Grécia. Desde aqueles tempos, Corinto experimentou um notável desenvolvimento comercial devido à sua localização, o que trouxe benefícios sobre as artes (os seus famosos vasos de cerâmica) e a cultura de um modo geral, bem como a acumulação de riquezas pela aristocracialocal.2. Uma cidade histórica e libertina: - Contudo, no final dessa fase áurea, a pólis foi governada por um tirano denominado Cípselo, provavelmente entre 657 a.C. e 625 a.C., quando iniciou-se um curto período de expansionismo em que foram fundadas colônias no noroeste da Grécia.Após anos de guerras de resistência ao domínio persa e de lutas entre os gregos pela hegemonia na península, quando chegou a ser rival de Atenas e de Esparta, Corinto, tal como as demais cidades independentes da Grécia, veio a fazer parte do Império Macedônio de Alexandre, o Grande, perdendo assim parte da autonomia plena antes existente. Desde 27 a.C., esta cidade tinha sido a capital da província romana da Acaia. Ficava a 80 Km a sudoeste de Atenas, no ístimo que liga a Ática ao Poloponeso. Não obstante sua grandeza e prosperidade nos séculos VIII ao VI a.C., declinou e foi capturada em 338 a.C. por Felipe II da Macedônia. Vencendo Filipe V da Macedônia, em 197 a.C., na Batalha de Cinoscéfalos o cônsul romano Titus Quinctius Flaminius, a princípio, declarou o respeito de Roma pela autonomia das cidades gregas, o que ocorreu nos Jogos Ístmicos, realizados no istmo de Corinto em 196 a.C.. Todavia, as guarnições romanas ainda se mantiveram presentes na cidade. Foi saqueada por Roma em punição a uma revolta em 146 a.C., mas foi restaurada por Julio Cesar como colônia em 44 a.C. Nos tempos de Paulo, Corinto tinha uma população de mais de 200.000 habitantes, incluindo gregos, ex-escravos da Itália, veteranos do exército romano, empresários, oficiais do governo, gente do oriente próximo, uma grande colônia judaica e muitos escravos. Nesse universo multicultural e multirracial, a idolatria era gigantesca, completamente pagã e imoral. Possuía muitos templos e, na parte sul, havia uma alta acrópole com um templo dedicado à Afrodite. A partir do século V a.C., a expressão “corintianizar” tornou-se sinônimo de ser sexualmente depravado. Sua posição geográfica privilegiada e seus dois portos marítimos favoreceram o enriquecimento à custa dos impostos cobrados pela movimentação de mercadorias. Além da importância comercial, Corinto era reconhecida também pelos jogos realizados a cada dois anos e que atraiam muitas pessoas.3. Local da carta: - A igreja de Corinto foi iniciada por Paulo em torno do ano 50 d.C., durante a sua segunda viagem missionária, que durou em torno de dezoito meses, mais tarde, já em Éfeso, Paulo recebe relatórios preocupantes sobre a imoralidade sexual existente entre os crentes daquela igreja, em resposta, ele escreve uma carta, a qual não foi achada (1Co 5.9-11). Paulo escreve então, a carta que hoje conhecemos por 1ª Corintios por volta do ano 56 d.C.; A carta em estudo, que hoje conhecemos por 2ª Corintios, foi escrita de algum lugar da Macedonia (2Co 2.13) durante a terceira viagem missionária, talvez em Filipos ou Tessalonica.Esta carta foi uma resposta ao antagonismo que havia se levantado contra a autoridade apostólica do doutor dos gentios.II. OBJETIVOS Da CARTA1. Autoria e características da carta; - Paulo descreve a si mesmo como “um apóstolo”, mas não aos seus companheiros. Pelos textos do NT entendemos que um apóstolo era uma testemunha ocular da ressurreição de Cristo (At 1.22; 1Co 15.8), que fora pessoalmente nomeado por Cristo (Mt 10.1-7; At 1.24-26; Gl 1.1) para governar a igreja primitiva e para ensinar ou escrever com autoridade. A segunda epístola é a mais íntima e pessoal de todas as epístolas que Paulo escreveu, sendo também a que contém o maior mterial de referencia bibliográfica. Inicialmente Paulo escreve de forma carinhosa e delicada, mas em seguida, a carta ganha um tom bastante severo. Alguns estudiosos tem sugerido que a segunda parte de 2º Corintios era parte da “carta do choro”.2. A carta tem um caráter pessoal: - Esta carta possui uma marca muito pessoal, é chamada de a “a Carta contristada” ou “Carta dolorosa”. O tom dos primeiros sete capítulos é carinhoso, mas do oitavo em diante Paulo é enfático e severo ao corrigir aquela jovem igreja dos erros que estavam sendo cometidos quanto à doutrina bem como, quanto à própria pessoa de Paulo. Ele precisava confrontar os coríntios diretamente para conquistá-los a uma devoção singular a Cristo. Não é de admirar que ele tenha colocado suas observações mais severas no final da epístola.3. A exposição do ministério e apostolado paulinos e a coleta para os necessitados: - Paulo enviara Timoteo a Corinto para levar a primeira Carta e regularizar as situações adversas na igreja daquela cidade (1Co. 4.17). Como a viagem de Timóteo não surtiu o efeito desejado, o próprio Apóstolo se encarrega de fazer uma viagem para Corinto (2Co. 12.14; 13.1). Mesmo assim, o resultado da viagem não foi satisfatório (2Co. 2.5; 7.12). Ao invés de chegar a um consenso em relação aos problemas da igreja, Paulo é rejeitado por alguns crentes de Corinto. Tais pessoas acusam-no de leviandade (2Co. 1.15), de não ter carta de recomendação (2Co. 3.1), de dar motivo de escândalo (2Co. 5.11; 6.3-4); de se beneficiar pessoalmente das ofertas (2Co. 7.2; 12.16), de usar sua oratória em benefício pessoal (2Co. 10.10; 11.6), questionam especificamente o apostolado de Paulo. Esse é justamente o objetivo de Paulo nessa Epístola: a defesa do seu apostolado. O versículo-chave que expressa esse intento se encontra em 2Co. 4.7: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus Cristo”. Essa Carta provavelmente foi levada por Tito (II Co. 8.16), o qual deveria também ajudar a igreja a coletar uma oferta para os irmãos necessitados de Jerusalém. Essa Epístola, escrita provavelmente no ano 56 d. C., da Macedônia, está assim dividida: 1) Saudação e ação de graça (1.1-11); 2) A defesa de Paulo em sua relação com o evangelho (1.12-7.16); 3) A contribuição para os crentes necessitados de Jerusalém (8,9); e 4) Os detratores de Paulo na igreja de Corinto (10.1-13.10). A palavra-chave da Epístola é “consolo”, pois começa (II Co. 1.3) e com ela (II Co. 13.11). O verbo “consolar” – parakaleo - em grego, aparece dezoito vezes e o substantivo – paraklesis - “consolação”, onze vezes. No primeiro capítulo de 2Co, vv. 12 a 14, o apóstolo Paulo declara a sua própria integridade e a de seus companheiros de labor. Mesmo como pecador, ele somente podia regozijar-se e gloriar-se em ser realmente aquilo que professava. A consciência testifica acerca do curso e do teor que fazem parte da vida. Por isso podemos nos julgar, e não por este ou aquele ato isolado. Nossa conversão será bem ordenada, se vivermos e atuarmos sob o princípio da graça no coração. Tendo isto, podemos deixar o nosso caráter nas mãos do Senhor, mas usando os meios apropriados para demonstrá-lo, quando o mérito do evangelho ou nossa utilidade assim o exigir.III. AS LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM PAULO1. Amar sem ser conivente com o erro: - As aflições nos ensinam a lidar com as circunstâncias e a depender de Deus; Paulo reafirmou sua integridade e sua autoridade apostólica em relação a eles, esclareceu os seus motivos e os advertiu contra novas rebeliões. Enquanto os cristãos devem conviver livremente com todas as pessoas de fora da igreja, sua comunhão dentro da igeja deve restringir-se somente àqueles compromissados com a santidade. Os que insistem no pecado – não os que estão lutando para superá-lo – não pertencem à comunidade (1Co 5.6). Embora amasse aquela igreja, seu conselho é enfático e severo. Como agiremos nós em nossa comunidade?2. Ser obreiro é estar disposto a sofrer perseguições internas: - “Todas as coisas me são licitas” era o jargão teológico repetido pelos que na igreja de Corinto tentavam justificar seu comportamento alheio ao evangelho. Ao afirmar a verdadeira doutrina de liberdade cristã, Paulo enfrenta oposição. Eles se diziam espirituais, mas Paulo os confrontou lembrando-lhes que a verdadeira espiritualidade não consiste em confessar da boca prá fora, mas no controle verdadeiro do Espírito Santo na vida do individuo. Muitos rejeitaram não só este ensino, mas a própria autoridade de Paulo; é nessa ocasião que Paulo, o líder-servidor, nos dá uma lição: Ele deixou o julgamento dos motivos e pensamentos de outros completamente nas mãos de Deus. Ele afirmou sua própria indiferença quanto aos julgamentos dos coríntios sobre ele. Não teve medo do julgamento que outros fizeram sobre ele e recusou-se a julgar a si mesmo (1Co 4.3); “Deus é o Juiz” é a sua declaração. Nós não estaremos livres de enfrentar perseguições, mesmo daqueles que estão dentro da igreja, todavia, “Deus é o Juiz”!3. Paulo não tomou todos por alguns: - Certamente naquela igreja havia um remanescente fiel e o apóstolo sabia disso. Apesar dos males diversos causados ao apóstolo, ele não desistiu daquelas ovelhas, e como pastor espiritual daquele rebanho, estava pronto a defender os fiéis e repelir os lobos predadores.CONCLUSÃO:Sofrer pela causa do Senhor, esta é a grande lição que tiramos desta Epístola. Provavelmente a Segunda Epístola aos Coríntios foi escrita cerca de um ano depois da Primeira. Seu conteúdo está intimamente relacionado com o da primeira epístola. Aqui comenta-se particularmente a maneira como foi recebida a carta que Paulo escrevera anteriormente. Muitos mostraram sinais de arrependimento e correção em sua conduta, mas outros ainda seguiam aos seus falsos mestres. Nesta epístola encontramos o mesmo afeto ardente de Paulo pelos filhos espirituais de Corinto; o mesmo zelo pela honra do evangelho e a mesma ousadia para a repreensão cristã. Não estamos livres de enfrentarmos oposições na vida cristã e no trabalho do Senhor, nem de passar por dissabores, angustias e perseguições provocadas por certos maus elementos dentra da igreja e que, apesar das dificuldades, devemos estar sempre prontos para defender os fiéis.APLICAÇÃO PESSOALComforme proposto no texto aureo: "Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo" (2Co 1.5), não acrescentaremos qualquer coisa aos sofrimentos de Cristo por nós, mas o Senhor nos chamou para sofrermos por Cristo e, assim, seguirmos nos passos d’Ele (Rm 8.17). Visto que estamos unidos ao Seu Corpo, tanto nossos sofrimentos pelo evangelho como o conforto que Deus nos provê em Cristo, resultam da nossa participação nele (Fp 3.10, 11). As experiencias-chaves de Cristo, especialmente seu sofrimento, sua morte e sua ressurreição, servem de padrão mediante o qual nós poderemos entender nossos próprios sofrimentos e nosso triunfo final; apesar dos dissabores e angústias de nossa jornada cristã, jamais nos faltará a consoladora presença do espírito Santo.Paulo reafirmou sua integridade e sua autoridade apostólica em relação àquela igreja, esclareceu os seus motivos e os advertiu contra novas rebeliões. O momento para estudarmos esta lição não poderia ser mais propício, tendo em vista os desvios que encontramos hoje na igreja evangélica brasileira e consequentemente, em nossa querida Assembléia de Deus. Querido irmão, é nossa obrigação, no cargo que nos foi comissionado, orientar os fiéis quanto o verdadeiro evangelho e orarmos para que essas lições sirvam de bússula para rumar a igreja do Senhor nestes últimos dias.





FONTES:
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD 2 CORÍNTIOS
COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON, ROMANOS A 1 E 2 CORÍNTIOS
COMENTÁRIO BÍBLICO ATOS, NOVO TESTAMENTO
COMENTÁRIO HISTÓRICO-CULTURAL DO NOVO TESTAMENTO
TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
EXPLORANDO AS ECRITURAS
MANUAL BÍBLICO SBB
http://estudandopalavra.blogspot.com/2009/12/defesa-do-apostolado-de-paulo-licao-1.html

1 comentários:

Unknown disse...

E muito interessante, fiquei com algumas dúvidas

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